Sigilo para quem?

Na era da globalização, as informações possuem a característica de alastrar-se rapidamente pelos veículos de comunicação, especialmente a Internet. Sendo assim, a preocupação quanto ao sigilo e segurança de informações confidenciais é essencial à organizações públicas ou privadas.

No entanto, existem diversos casos em que informações confidenciais vazaram para pessoas não-autorizadas. O motivo é frequentemente para se obter vantagens, tendo posse dessas informações em primeira mão. Como exemplo desse caso, pode-se citar o ocorrido com a prova do ENEM (exame nacional do ensino médio) em que pessoas não-autorizadas tiveram acesso à prova antes da mesma ser aplicada, gerando indignação e tirando a credibilidade do exame.

Contudo, existem casos em que o intuito de acessar e divulgar informações sigilosas tem uma motivação completamente diferente. Grupos como Wikileaks e Anonymous buscam pela transparência da mídia e especialmente do poder público, que muitas vezes manipulam e omitem informações de acordo com seus próprios interesses.

Sendo assim, é altamente questionável que esses grupos ou até mesmo indivíduos, como no recente caso de Edward Snowden, sejam acusados por falta de ética pelas mesmas organizações que agem de forma anti-ética ao acessar dados pessoais de qualquer pessoa sem autorização. O princípio da inviolabilidade da informação deve valer para ambos os lados, caso contrário não estaremos diante de uma verdadeira democracia.