" Uma Historia Palaciana..."

“Uma Historia Palaciana”...

Poucos conhecem D. Pedro II, e desconfio que poucos saibam dos seus costumes, porque isto é historia. E nos colégios, ela, é contada de maneira diferente... Desde 1847, a família imperial subia a serra no verão para fugir do calor, e das febres que assolavam o Rio de Janeiro. O interessante neste documental é perceber o alivio dos ministros ao se darem conta da subida de D.Pedro II á serra, é que neste momento eles ficavam livres da fiscalização.

Em Petrópolis, o imperador se sentia livre e se assemelhava á um cidadão comum. Vestia-se de casaca preta, chapéu alto, insígnia do Tosão de Ouro na lapela, e passeava altaneiro pela cidade colhendo flores nos jardins, e sempre estava disposto a frequentar as duchas...

Era gentil e cumprimentava crianças e as pessoas com largos gestos ,quando na rua em direção à casa de algum amigo, como o Uruguaio Andrés Rebouças. Dentre tantos compromissos havia um costume que ele, D.Pedro, jamais abandonou o de obedecer aos horários e programas rígidos. Em seu diário de 1862, registra seu cotidiano: “... acordar ás seis; estudar grego ou hebraico ate ás sete, passear até oito; de novo, grego ou hebraico até as dez, quando almoçava. Do meio-dia ás quatro da tarde, exame de negócios ou estudo, jantar ás quatro, passeio ás cinco e meia; escrita do diário ás onze, quando ia dormir.”

Nem em Petrópolis oferecia recepções e bailes e apesar de Republicano, não gostava de excessos de informalidade. Contudo ele não deu muita ênfase na arte, gosto, moda, maneiras e convenções, ou melhor, tudo que resulta a civilização de uma sociedade. Mais detalhadamente é dizer: que a monarquia brasileira não produziu uma sociedade de corte, que viabilizasse e transmitisse seus valores e etiquetas a outros setores da sociedade. A conclusão é que este descaso constituiu e agravou o isolamento social, que levou ao isolamento político da monarquia em relação á elite.

Uma corte luxuosa no Brasil? Inviável! A dotação da família real ao ano era de oitenta contos por ano 3% das despesas do governo geral. No final os oito contos reduziram-se a 0,5%. Ao longo de seus 49 anos de reinado o Imperador, jamais aceitou proposta de aumentos da dotação- apesar das propostas. E escreveu no seu diário: “Nada devo, e quando contraio uma divida, cuido logo de pagá-la, e a escrituração de todas as despesas de minha casa podem ser examinadas a qualquer hora. Não ajunto dinheiro.”.

É preciso que ensinem a verdadeira História do Brasil; é preciso que os fatos sejam estudados e haja abordagem ampla sem folclores e anedotas. Talvez fosse o único período que o Brasil não tenha sido explorado. Porque nossos políticos não seguem o exemplo de nosso Imperador D.Pedro II que custeava suas viagens ao exterior com empréstimos pagos de seu próprio bolso, sem onerar a corte porque, ele, se recusava a usar dinheiro o publico em proveito seus e de familiares. Com o passar dos anos foram reduzidos ainda mais os gastos do palácio: cortou cargos inúteis como os da guarda imperial, os de mordomo- mor camareiro –mor, sumilher de cortina, rei de armas, e toda classe de guarda-roupas. Seu descaso com o dinheiro é conhecido e bem ilustrado pela decisão de distribuir aos pobres os lucros, poucos, da Fazenda de Santa Cruz, de propriedade da Coroa.

Bendigo D.PedroII... Nossos governantes tem muito que copiar... A esperteza, a ganância a falta de ética e de caráter são marcas do Brasil atual. Uma política suja e corrupta, muito longe dos exemplos palacianos...

Venusiapimentel/013

VenusiaPimentel
Enviado por VenusiaPimentel em 08/07/2013
Reeditado em 08/07/2013
Código do texto: T4376880
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