Vida em Sociedade
Desde os tempos primórdios, nas primeiras aparições de seres humanos (conhecidos como nossos ancestrais), o homem é acostumado a viver em grupo, a fim de garantir sua sobrevivência, como acontecia naquela época tão remota. A vida em sociedade é como um instinto do próprio ser humano. Com o tempo, essa necessidade foi se aperfeiçoando. Hoje, entretanto, ela encontra sua fase mais “conturbada”, por assim dizer. Isso ocorre ao fato de que a sociedade atual (apresentando diferenças em determinadas regiões, mas com bases igualmente semelhantes) está um tanto quanto desordenada na questão das classes sociais, onde há uma grande centralização de renda e poder. Além disso, ela passou a impor padrões que, consequentemente, impulsionaram à criação de indivíduos extremamente influenciáveis, ao aprisionamento do ser e às divisões sociais.
Com essas transformações, a sociedade acabou gerando a própria exclusão de seus componentes, priorizando apenas determinados grupos (como no acumulo de capital, por exemplo). Entretanto, se não houvesse essa exclusão, geralmente ocorrida pelos menos favorecidos, os indivíduos formadores dessa sociedade viveriam em conjunto, o que a faria ser mais forte e sucinta, tendo sua existência mais perceptiva. Mas, infelizmente, isso raramente ocorre. Cerca de 98% das sociedades praticam a exclusão.
Com isso, ser um cidadão livre para argumentar, expor suas ideias e pensamentos se tornou algo muito difícil. Ao mesmo tempo em que a sociedade moderna dá espaço para todos exporem seus pensamentos, eles são sempre postos contra a parede e igualados aos padrões criados. Vivemos algo semelhante a uma sociedade controladamente liberal. Quando uma pessoa vive em um grupo, sua liberdade individual acaba sendo desvalorizada e, consequentemente, perdida. O ser se torna um condicionalmente influenciado pelo grupo onde vive. Isso justifica, também, a questão da rara possibilidade da existência de igualdade dentro de uma sociedade. Quando se convive com muitas pessoas, ditadas a seguir os mesmos padrões, sempre haverá diferenças.
No conceito da sociedade atual, o Estado é quem “dita às regras” e quem detém o poder, sendo o principal responsável pela incoerente sociedade a qual vivemos. Entretanto, a existência do Estado é mais que fundamental, uma vez que, sem ele, viveríamos em total desordem. É preciso que haja alguém encarregado de organizar o povo. Porém, é preciso que estes organizadores saibam o fazer de modo que toda a nação seja favorecida, e não apenas um grupo em específico. O Estado deve dirigir a sociedade a qual pertence ao mesmo tempo em que a fiscaliza. Tendo um Estado que se responsabilize por governar junto aos ideais do povo, dando espaço para cada um e descentralizando o capital nas mãos de uma minoria, permitindo a liberdade individual de cada um, sem extrapolar o aceitável, é possível, sim, construir e manter uma sociedade igualitária e democrática.