O desafio de ser eu

O mundo, tudo o que conhecemos e tantas coisas que desconhecemos, é imenso, quem sabe até infinito. Os extremos da natureza, desde gigantescas galáxias até microscópicas partículas, geram admiração pela complexidade de como tudo funciona. E é no meio de tudo isso que cada um se encontra e faz-se a seguinte pergunta: Quem sou eu?

Somos seres questionadores, curiosos e temos tamanho apreço por descobrir os porquês das coisas. E qual será o nosso porquê? Nossa razão de existência, nossa relevância? Aliás, por vezes nos achamos tão importantes, soberanos sobre todas as outras espécies animais, desvendadores dos mistérios da natureza, ávidos cientistas, criaturas incríveis. Já outras, damo-nos conta de nossa singela pequenez. E confusos diante dos extremos, voltamos à pergunta inicial.

Existem tantas formas de descobrir a si próprio, mas, inevitavelmente, este é um processo contínuo, que inicia com os primeiros berros ao nascer - que acalentadoramente são atendidos - e, enquanto vivermos, jamais terminará.

Então somos crianças, donas de nosso próprio mundo, autoras das mais diversas fantasias e sonhos. Depois, somos os mais incompreendidos dos seres, e parece-nos que simplesmente ninguém faz ideia do turbilhão de pensamentos que se passa em nossa mente. Mas ainda temos sonhos, e são eles que nos motivam a viver.

O tempo passa, e as pressões e responsabilidades que já tínhamos aumentam cada vez mais. De repente, a independência tão almejada mostra suas outras facetas e somos obrigados a encará-las. Muitos desafios nos acompanham ao longo da vida.

E nosso corpo, essa "máquina mutável" que nos acompanhou desde o começo, está começando a falhar. Mas a correria que nos envolve não nos permite ceder a isso. Até que o tempo de trabalhar já passou e finalmente um pouco de calmaria. Agora somos sábios, e temos muito a ensinar do que aprendemos com nossas experiências.

Porém, se olharmos para trás, agora que nosso tempo está quase esgotado, teremos uma noção de quem fomos. Mas o tempo passou muito rápido, não fizemos tudo que queríamos, desistimos de tantos sonhos, nos arrependemos de algumas ações, sofremos suas consequências, porém vivemos. Há tantas coisas que não podemos controlar. Mas em meio a isso deixamos nossas marcas, escrevemos nossa história e interferimos, de alguma forma, no mundo. E esses somos nós: pequeninas partes do todo que precisam aprender a viver, sem manual. E, se vivemos, essa é a prova de que vencemos o desafio. Cada um o cumpre de acordo com a sua individualidade.

Dancker
Enviado por Dancker em 17/06/2013
Reeditado em 01/08/2016
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