O Salão do Livro de Genebra 2013

Com mais de 25 anos de existência, o Salão do Livro de Genebra teve sua edição de 2013 realizada no início deste mês de maio. A convite do Varal do Brasil, que participou do evento, o escritor Valdeck Almeida de Jesus foi à Suíça e nos conta sua experiência.
 

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Jacqueline Aisenman, organizadora do estande Varal do Brasil, doando o livro "Abre a Boca, Calabar", patrocinado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, organizado por Valdeck Almeida de Jesus

A minha ida à Suíça se deu, pelo segundo ano, a convite do Varal do Brasil, movimento criado pela brasileira Jacqueline Aisenman. Trata-se de uma revista eletrônica que recolhe textos de autores do mundo todo, em português, e publica em PDF, para circular pela internet.

No 27º Salão do Livro e da Imprensa de Genebra, vi de muita coisa, inclusive Paulo Coelho, que mora na cidade. Este ano ele fez uma visita aos autores brasileiros que estavam na feira. Realmente é uma festa literária, em todos os sentidos. Há gente do mundo inteiro, numa verdadeira profusão de línguas, sotaques, fisionomias, jeitos diferentes de se vestir etc. O que todos têm em comum é a paixão pela literatura. Esta ligação forte com livros e leituras faz com que a magia aconteça e que cada um possa divulgar sua cultura e conviver cinco dias de muito calor humano.

Esse ano o homenageado foi o México que enviou uma delegação de escritoras e escritores para mostrar o que é que aquele país tem. Apresentados devidamente, os representantes mexicanos falaram em espanhol, claro. O bom de Genebra é que sempre tem alguém para falar sua língua. Ou seja, ninguém precisa perder o sotaque para se comunicar. Se bem que a língua inglesa ajuda bastante.

Além do país homenageado, que ano passado foi o Marrocos e este ano, como dito acima, foi o México, acontece, no mesmo espaço, e na maior democracia, o Salão do Livro Africano. Nesse espaço os autores da África, vindos de várias regiões, expõem livros e falas, na maioria das vezes em francês. Eles são elegantíssimos, sejam vestidos de executivos ou com roupas folclóricas, dão um show à parte.

Na quarta-feira a entrada é livre. Ninguém paga nada e todo mundo se diverte. Como em toda feira de livro em espaço fechado, quando a criançada entra o burburinho aumenta. E tem espaço para pintar, brincar, caça ao tesouro e muito mais. O suíço sabe fazer negócio. Inclui todo mundo e sai no lucro. É realmente uma festa, onde todos se comportam, compram, fazem intercâmbio. Aliás, a troca de experiência é o maior lucro que cada participante pode levar consigo. Das feiras que já participei, como São Paulo, Rio, Bahia, Aracaju, Flip e outras em cidades menores, a de Genebra é a que me dá mais vantagem, por ser aconchegante, pequena e muito diversificada em nacionalidades.

Debates, bate papos, conversas nos corredores, trocas de cartões e e-mails, não tem outro lugar onde se encontre tanto brasileiro apaixonado por livro e literatura. Me senti em casa e estou com planos de voltar várias vezes. Vale a pena.
 
Valdeck Almeida de Jesus é jornalista, escritor e poeta. Além de diversas obras publicadas, recentemente editou o livro “Abre a Boca Calabar”, resultado de um concurso de poesias com crianças da comunidade Calabar.
 
 
Fonte:
http://www.ibahia.com/a/blogs/literatura/2013/05/09/o-salao-do-livro-de-genebra-2013/
 
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 10/05/2013
Reeditado em 10/05/2013
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