JARDIM ARTIFICIAL

Ali estavam as sementes, já criando raízes...

O agricultor às zelava com todo seu amor, para que crescessem bonitas e cheirosas.

E passou um tempo, e nasceu lindos brotos de rosas.

E o agricultor muito orgulhoso, todo contente as deu de presente à uma amiga.

Lhe instruiu como cuidar das rosas, lhe falou detalhadamente tudo que ela deveria fazer.

A moça ficou lisonjeada!

Prometeu cuidar das rosas, e assim fazia.

Os brotos aos poucos foram desabrochando, e a cada dia eles ficavam mais lindos...

O agricultor vendo isso, ficou muito feliz e deu-lhe também brotos de margarida.

A moça, toda entusiasmada com a novidade, entregou toda sua atenção às margaridas, as exibiu para todas suas amigas, pois realmente; as flores eram muito bonitas.

Chegou em sua casa já era noite, foi então que lembrou que havia esquecido suas rosas no sol árduo o dia inteiro.

Quando foi as ver elas já estavam feridas, queimadas pelo sol quente. Já estavam secas.

Ela tentou de tudo para salvar suas rosas, mas seu esforço e seu arrependimento não foram o suficiente...

Então ela correu à casa do agricultor pedindo-lhe ajuda;

E ele apenas lhe disse:

– Em vão é o teu choro, elas já estão mortas, chorar não às trará de volta. Vá cuidar de suas margaridas que ainda vivem.

E ela foi triste pelo caminho, pois as margaridas já não tinham tanta graça; eram belas mas ela amava muito as suas rosas.

Chorando ela seguia, quando der repente caiu uma chuva que molhou seu rosto e fez companhia às suas lágrimas.

Depois de ter chorado muito durante a caminhada já estava melhor, se sentia mais aliviada.

Quando chegou em sua casa lembrou que esqueceu as margaridas do lado de fora; e quando às viu já estavam todas destruídas.

A chuva que banhou seu rosto foi a mesma que deixou suas margaridas aos destroços.

Hoje ela tem um jardim lindo, o mais belo de todos. Tem muitas espécies de flores, tudo muito colorido...

Mas são todas artificiais.

Nenhuma precisa de seu carinho, de seu tempo...

Porém em seu jardim não há borboletas, não há abelhas, não tem perfume algum e nem há vida nele...

São apenas figurantes em seu "perfeito" jardim artificial.