A folga do trabalho, para o universo sem o verso
Hoje é dia de folga, então concluo. Não preciso ser ninguém. --Aliás!! Só preciso. Isso porque sei que preciso me afirmar. O alguém com títulos e honrarias, novidades e grandeza. O respeito que tenho dos outros, isso sim que dá orgulho. Tudo junto. Eu sou o ser, a análise, a concepção e a certeza. Tudo em mim. Tudo no individualismo.
Parece estranho fazer uma análise depreciativa de si mesmo, assim como parece incomum achar que pode ser alguém numa certeza que vem de si mesmo. A verdade? Essa se esconde por detrás de movimentos de afirmação que vez ou outra intelectuais chamam de metafísica, e os mais lógicos, "os positivistas" chamam de indução lógica. Mas quem disse que foram só esses. Existem muito antes os naturais induzindo a poesia, os poetas falando em sentidos e percepções abstraídas da natureza, os estudiosos da natureza criticando a abstração, ela, --a indução contribuindo para as verdades naturais e se conformando com as certezas absolutas, a experiência pedindo empiricamente pelo método, a teoria se consolidando nas certezas, e o paradigma mudando conforme o desejo.
Se eu pudesse dizer algo, diria, não tenho mais nada para escrever sobre isso. Nem gostaria de escrever mais uma linha em toda vida que me vem a frente, pois o que estaria eu a querer, além de fundar uma paráfrase, pensada antes como uma cópia do que conheço, afim de formar mais um partido com o nome de "Querer ser amado". E não é isso que o poeta faz, dizer sobre o amor e ser amado por notar o que estava nos corações presos. Na verdade, nada significa minha idéia, nem minha indução, tampouco minha teoria, minha tese, minha questão, minha individualidade. Assim como não posso conceber o todo numa suspeita, não posso ser a suspeita para o todo. Dito isso, posso dizer também que nada é o todo, mas é para ele, que lutamos em nossa infância sendo a razão da brincadeira, de outra forma o desleixo, a não ligância ou o domínio. Independente em que posição estamos, somos o que somos, porque sabemos e percebemos vantagens.
Assim se conforma a ilusão do poeta, assim morre a indução do cientista, e assim a individualidade funda um partido, sem troca, sem amor, sem vida, mas com razão.