O "desenvolvimento" que pode gerar a fome

Nas grandes conferências mundiais realizadas por Países desenvolvidos, depois de sustentabilidade, a "fome" tem sido tema destaque em ações de planejamento. E não é a toa tal preocupação. Hoje convivemos com 7 bilhões de pessoas, dentre ricos e pobres, e estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) comprovam que em um futuro bem próximo tenderemos a 10 bilhões de pessoas. O problema, no entanto, não é a população que está chegando, mas pela forma como planejamos politicamente, seja o setor cultural, social e científeco, não teremos meios para suportá-las.

Em muitos Países a fome tem suas diversas causas. Mas no Brasil ela centra-se em um único ponto: a política. Porque é a partir dela que surgirá o desenvolvimento, a distribuição de renda, entre outros. Pelo menos é o que conhecemos na teoria. Mas o que os fatos revelam é que o governo brasileiro está tão preocupado com as exportações, com o aumento do PIB (Produto Interno Bruto), com alimentação das vacas holandesas em que ele acaba deixando de lado problemas mais degradantes como a pobreza aliada a fome, tão presente no País.

Segundo Hebert de Souza, "a alma da fome é a política", ou seja, a fome tem uma alma e essa alma é a política. Política de corrupção. Política de planejamento. Política de transporte. Política de saúde. Política de agricultura. Política de cidadania. Enquanto que no mundo 1 bilhão de pessoas, todos os dias, vão durmir com fome, 20% dos grãos somados de muitos Países vão para o lixo, o que daria para alimentar 37 milhões de pessoas. O que só faz comprovar a ausência de políticas públicas eficientes.

O Brasil vem passando por um processo de desenvolvimento invejável por muitos Países emergentes. Hoje ele é a 5ª maior econômia do mundo, possui um alto nível de industrialização, é um dos mais importantes entre os BRIC'S e o MERCOSUL, além de ser um forte produtor e fornecedor de petróleo. Entretanto, embora sendo uma "minipotência" econômica ainda sim não é o suficiente para eliminar a fome no País. Programas como o bolsa escola e o bolsa família se tornam ineficazes diante da desproporcionalidade que há entre salário mínimo X o preço dos alimentos. Não basta crescer, tem que planejar.

As exportações só deveriam ser colocadas como prioridade quando não mais tivéssemos inúmeras pessoas morrendo de fome no País, por "não" ter alimento suficiente para todos. E assim para evitar um colapso econômico teríamos que passar por uma nova "Revolução Verde", em que não mais adaptaríamos a natureza ao nosso benefício, mas teríamos que nos adaptar a ela, uma vez que os recursos que o solo pode propiciar, como a água e o petróleo, são finitos. Assim, talvez não eliminaríamos por completo, mas minimizaríamos um dos grandes problemas que é entrave de título de "super potência" ao Brasil: a fome.

Q_Sininho
Enviado por Q_Sininho em 05/04/2013
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