Sociedade multiculturaista

De acordo com a sociologia, cultura é toda ação humana tomada com alguma razão inicial, que perpetua-se ao longo da história de determinado povo. Por exemplo, o homem europeu, devido ao inverno rigoroso da região em que vivia e às condições hostis de sobrevivência, desenvolveu roupas para proteger-se do frio, ao passo que o índio sul americano, devido ao calor intenso do clima tropical, andava nu, pois não sentia a necessidade de cobrir-se.

Do mesmo modo, as várias etnias que existem hoje são frutos de necessidades diferentes, que resultaram em modos de agir e pensar particulares, formando uma sociedade multiculturalista. No entanto, por muitas vezes as pessoas são discriminadas por sua cultura, tendo os seus direitos como ser humano desrespeitados.

O que evidencia-se atualmente é o etnocentrismo, em que determinado povo julga outros povos tendo a sua cultura como nível de referência, como se essa fosse a melhor, considerado inferiores as culturas diferentes. Um exemplo disso é a escravidão negra, em que o homem europeu julgou-se no direito de explorar a mão de obra africana porque tais indivíduos seriam indignos, de culturas inferiores, como se a cor da pele determinasse esses fatores.

Ao longo da história, pode-se dizer que, efetivamente, a convivência entre diversidade cultural e direitos humanos nunca ocorreu. Mesmo hoje, na sociedade que se autodenomina moderna, o preconceito ainda é notável. Haja vista ao mercado de trabalho, em que os cargos importantes geralmente não são ocupados por negros, índios, homossexuais, ou qualquer outro considerado diferente.

No entanto, não é impossível a convivência entre diversidade cultural e direitos humanos. Mesmo com os diversos preconceitos ainda arraigados à sociedade atual, é possível que aconteça uma mudança na mentalidade das pessoas. A sociedade deve conscientizar-se de que cada cultura apresenta suas peculiaridades, mas que não é inferior e que não define a capacidade intelectual dos indivíduos nem sua eficiência no trabalho, muito menos o seu próprio caráter.

É papel da própria sociedade cobrar por políticas governamentais, exibidas em rede nacional por meio da mídia, que explicitem essas questões e quebrem esses estereótipos. Desse modo, estaremos contribuindo para a consolidação de uma sociedade mais justa e igualitária, em que os cidadãos desfrutem de mais dignidade para viver.