Falou, tem que ouvir
Com toda essa coisa de o Silas Malafaia ir ao programa da Marília Gabriela e dizer o que pensa, tenho as seguintes considerações:
Mesmo que ser gay fosse uma escolha, condenada pela Bíblia, que aplicabilidade teria aos não cristãos? A imposição do texto a todos os seres humanos, indiscriminadamente, sem considerar que muitos não seguem a religião cristã ou não seguem qualquer religião, é completamente arbitrária, quer fazer existir uma crença superior às outras. Todos sabem o que a história conta sobre pessoas que promovem um ideal de superioridade sobre os outros, acabando por cometer condutas criminosas sobre quem não o segue. Como Advogado e estudante de Direito, sigo um texto chamado Constituição Federal, no qual o Estado tem como um dos objetivos, no art 3º, IV, promover o bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor e quaisquer outras formas de discriminação. Há também o art. 19, I, sobre a laicidade do Estado, mas quando uma religião está em massa presente na atuação estatal, não podem sair coisas decentes. Se me perguntarem se prefiro a lei de deus (como se a Bíblia fosse a única) ou a lei dos homens do meu país, fico com aquela que não me condena, pelo menos não explicitamente.