Um "triângulo amoroso"
Ao desbruçar-me no oceano fantástico da literatura freudiana sobre a Teoria do Desenvolvimento Psicossexual, tendo como ponto fundante a "Sexualidade Infantil", detive-me no famoso "triângulo amoroso", que nos leva a observância sobre a "dinâmica psíquica", responsável pela "subjetivação reservada", organizada a partir da proibição do incesto, fato que permanece inconsciente no mundo oculto dos seres humanos, transformando o seu agir num emaranhado de ações, que coloca em situações delicadas de ser e estar no mundo social.
Este "triângulo amoroso", denominado de "Complexo de Édipo", admirando e observando por todos as psicanalistas, aceitando-o ou ampliando a referência freudiana, eles vão construindo as suas ideias, fruto de análises, sobre as patologias que permeiam o universo oculto dos seres humanos.
O "Complexo de Édipo", tem como significante o "Édipo", responsável pelo conjunto de teorias sobre a emergência do humano. "Édipo", termo gerado por uma lenda, com várias versões, baseadas na "tragedização sofliciana", vem nos mostrar uma trama profetizada, antes mesmo do nascimento do pequeno Édipo, onde o destino previsto, é que ele se tornaria assassino do próprio pai, o tirano Laio. Segundo Freud, (1900 a, 267; 256) "há uma predisposição para Édipo, da qual ele não pode escapar", ele o filho dos reis de Tebas, Laio e Jocasta.
Do oráculo de Apolo em Delfos, Laio ouve que seu futuro filho, estava marcado para matá-lo. Esta tragédia, transporta Laio para um mundo de incertezas, que o leva a abandonar Édipo, após o nascimento. Ação que não invalida a consumação do ato.
Anos mais tarde Laio é morto num combate, e o seu assassino Édipo, casa-se com Jocasta, que ocupa dupla posição mãe-esposa, gerando vários filhos-irmãos do guerreiro Édipo.
A noção de complexo, advém das ideias construídas por Freud, após sua "auto-analise", da forma de criar pensamentos inconscientes e em relatos transferenciais, nas cartas ao fiel amigos Fliess.
O "Complexo , centrado no Id, determina a vida psíquica do ser humano, condição que transporta para o campo da Neurologia e faz da Psiquiatria, uma busca incansável, para a solução dos "sintomas psíquicos".
Há divergência de visões sobre a palavra "complexo", gerando assim várias vertentes como: a que mostrava que os efeitos das doenças mentais estão fora do alcance do "Eu"; outra afirma que o complexo é anterior à manifestação dos sintomas como ligadas entre si pelo dominância de um conjunto que as articula um complexo.
Incansável estudioso, Freud, continua a procurar o que faz "o agir e o ser do homem", neste trilhos, vê que a expressão "Complexo de Édipo", enfoca o "humano" ou o "sujeito" ou "os modos do sujeito de se produzir, só se constituem desde que os indivíduos se coloquem sob um sistema, que os organiza e articula, que os conjunta, os constrói", e assim fica demarcado o ser da psicanálise, pois só o complexo poderá explicitar os eventos conscientes e organizá-los fora da experiência mediata e sensível.