APRESENTAMOS NOSSO BACHAREL LITERÁRIO
Este Texto é de autoria de ADEMIR MÉDICI, jornalista do Diário do Grande ABC, jornal da Região do ABC, grande memorialista, autor de diversos livros, criador e ainda autor da coluna MEMÓRIA, do citado periódico. É o prefácio de meu primeiro livro UM PASSADO SEMPRE PRESENTE(esgotado). Meu grande amigo!
o0o
Você quer ser universal? Escreva sobre a sua rua. Dostoievski recomenda. Basta ler “Crime e Castigo”. Ou recorrer aos ensinamentos de Graciliano Ramos, que fala do mundo a partir do seu “país”, o sertão brasileiro, e o drama dos retirantes da seca. E quando Fernando Pessoa escreve, quase cantando, “que o rio mais importante do mundo é o rio que corta a minha aldeia”, ele se justifica respondendo e recitando: “porque é o rio que corta a minha aldeia”, uai!
A crônica de José Bueno Lima torna-se universal porque fala de coisas bem nossas aqui em Santo André e no Grande ABC, perpassando os caminhos do autor, ora em São Paulo, ora em Santos, mas sem perder o foco da terra dos Lima, Oliveira Lima, Galvão Bueno, ramos de origem portuguesa e que estão tão enraizados nesta Borda do Campo que é melhor chamá-los de brasileiros, velhos brasileiros, desbravadores brasileiros, os que conviveram com índios e escravos e antecederam as massas migratórias, internas e do Exterior.
Não é fácil fazer o que José Bueno Lima faz, com naturalidade. É preciso ter boa memória, saber escrever, ser bom observador, ter amor ao seu pedaço e gostar do que faz. Não basta ter essas cinco qualidades, que Bueno Lima tem de sobra. É preciso também ter boa cultura e cultura geral para fazer na nossa geografia o que os acadêmicos do Largo São Francisco faziam em relação ao triângulo paulistano e arredores em séculos passados, entre os quais um Galvão Bueno, que era aqui de São Bernardo e morreu literário afogado nas águas do Tietê, transformando-se em nome de rua no bairro da Liberdade.
Todo bacharel em Direito leva jeito pelas letras. Muitos deixaram obras maravilhosas. E o Grande ABC, especificamente, estava à espera de mais acadêmicos que seguissem os passos dos seus pares de outras localidades, a exemplo dos advogados e jornalistas Haroldo dos Santos Abreu e Nevino Antonio Rocco
Conhecemos as primeiras crônicas de José Bueno Lima graças à página Memória do Diário do Grande ABC. Primeiro a Memória foi frequentada por Antonio, pai de José, outro grande memorialista. Aprendemos muito com Antonio de Lima, assim como aprendemos com Hygino de Lima e Silvio de Oliveira Lima, o Silvio Ribeirão. Depois, o bacharel em Direito José Bueno Lima, nosso colega na Prefeitura de São Bernardo do Campo, começou a nos enviar os seus escritos acompanhados de fotos. A dificuldade maior que sempre tivemos foi a de condensar aquelas verdadeiras peças literárias para o formato do jornal. Cortar onde para caber no espaço limitado? Felizmente, José Bueno Lima tratou de escrever mais e mais, e criou um blog. Encontrara seu espaço. Agora, este livro, que com certeza não será o único.
Só podemos enaltecer o trabalho, amigo Bueno. Dizer que estamos honrados em redigir essas linhas. Desejar o maior sucesso ao bom aluno, ao futebolista talentoso, ao advogado que levou bem alto o nome do funcionalismo público regional e agora ao cronista. Sem nos esquecermos do colega colunista aqui no Diário, dos tempos do News Seller, que criou a primeira coluna universitária do jornal, provavelmente de toda a região.
E se não for pedir muito, deixamos como sugestão um tema de crônica: fale daquela coluna corajosa que ajudou na criação de um campus geral universitário nesta terra da indústria, do trabalhador e do trabalho, escrita em pleno regime de exceção. O que o levou a escrever sobre as nossas primeiras escolas de nível superior? Quais as dificuldades encontradas? O que aquela experiência trouxe de bom à sua caminhada? E não se preocupe em incluir a tal crônica já nesta edição, pois, com certeza, outras virão. Sucesso, amigo.
Ademir Medici
maio 2010
Este Texto é de autoria de ADEMIR MÉDICI, jornalista do Diário do Grande ABC, jornal da Região do ABC, grande memorialista, autor de diversos livros, criador e ainda autor da coluna MEMÓRIA, do citado periódico. É o prefácio de meu primeiro livro UM PASSADO SEMPRE PRESENTE(esgotado). Meu grande amigo!
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Você quer ser universal? Escreva sobre a sua rua. Dostoievski recomenda. Basta ler “Crime e Castigo”. Ou recorrer aos ensinamentos de Graciliano Ramos, que fala do mundo a partir do seu “país”, o sertão brasileiro, e o drama dos retirantes da seca. E quando Fernando Pessoa escreve, quase cantando, “que o rio mais importante do mundo é o rio que corta a minha aldeia”, ele se justifica respondendo e recitando: “porque é o rio que corta a minha aldeia”, uai!
A crônica de José Bueno Lima torna-se universal porque fala de coisas bem nossas aqui em Santo André e no Grande ABC, perpassando os caminhos do autor, ora em São Paulo, ora em Santos, mas sem perder o foco da terra dos Lima, Oliveira Lima, Galvão Bueno, ramos de origem portuguesa e que estão tão enraizados nesta Borda do Campo que é melhor chamá-los de brasileiros, velhos brasileiros, desbravadores brasileiros, os que conviveram com índios e escravos e antecederam as massas migratórias, internas e do Exterior.
Não é fácil fazer o que José Bueno Lima faz, com naturalidade. É preciso ter boa memória, saber escrever, ser bom observador, ter amor ao seu pedaço e gostar do que faz. Não basta ter essas cinco qualidades, que Bueno Lima tem de sobra. É preciso também ter boa cultura e cultura geral para fazer na nossa geografia o que os acadêmicos do Largo São Francisco faziam em relação ao triângulo paulistano e arredores em séculos passados, entre os quais um Galvão Bueno, que era aqui de São Bernardo e morreu literário afogado nas águas do Tietê, transformando-se em nome de rua no bairro da Liberdade.
Todo bacharel em Direito leva jeito pelas letras. Muitos deixaram obras maravilhosas. E o Grande ABC, especificamente, estava à espera de mais acadêmicos que seguissem os passos dos seus pares de outras localidades, a exemplo dos advogados e jornalistas Haroldo dos Santos Abreu e Nevino Antonio Rocco
Conhecemos as primeiras crônicas de José Bueno Lima graças à página Memória do Diário do Grande ABC. Primeiro a Memória foi frequentada por Antonio, pai de José, outro grande memorialista. Aprendemos muito com Antonio de Lima, assim como aprendemos com Hygino de Lima e Silvio de Oliveira Lima, o Silvio Ribeirão. Depois, o bacharel em Direito José Bueno Lima, nosso colega na Prefeitura de São Bernardo do Campo, começou a nos enviar os seus escritos acompanhados de fotos. A dificuldade maior que sempre tivemos foi a de condensar aquelas verdadeiras peças literárias para o formato do jornal. Cortar onde para caber no espaço limitado? Felizmente, José Bueno Lima tratou de escrever mais e mais, e criou um blog. Encontrara seu espaço. Agora, este livro, que com certeza não será o único.
Só podemos enaltecer o trabalho, amigo Bueno. Dizer que estamos honrados em redigir essas linhas. Desejar o maior sucesso ao bom aluno, ao futebolista talentoso, ao advogado que levou bem alto o nome do funcionalismo público regional e agora ao cronista. Sem nos esquecermos do colega colunista aqui no Diário, dos tempos do News Seller, que criou a primeira coluna universitária do jornal, provavelmente de toda a região.
E se não for pedir muito, deixamos como sugestão um tema de crônica: fale daquela coluna corajosa que ajudou na criação de um campus geral universitário nesta terra da indústria, do trabalhador e do trabalho, escrita em pleno regime de exceção. O que o levou a escrever sobre as nossas primeiras escolas de nível superior? Quais as dificuldades encontradas? O que aquela experiência trouxe de bom à sua caminhada? E não se preocupe em incluir a tal crônica já nesta edição, pois, com certeza, outras virão. Sucesso, amigo.
Ademir Medici
maio 2010