Alunos exigentes? Ou professores despreparados?
Ser educador, tá ai uma tarefa complicada, principalmente quando algumas dúvidas surgem, uma delas é: Até que ponto a afetividade do professor para com o aluno pode ser prejudicial e até que ponto pode ser benéfico?Bom, isso vai depender bastante de como essa palavra é compreendida por ambos os lados. Ser afetuoso,é mais do que apenas dar carinho,afeto,pode,muitas vezes,tocar em certos pontos delicados dentro de uma relação.Se você é afetuoso com alguém,querendo ou não,se cria um laço de confiança.E,pelo que sei,nenhum docente vai querer ser uma espécie de psicólogo de seus alunos,até porque,não é essa a sua função.Porém,o que se vê hoje,são educadores batendo na mesma tecla: “É necessário trabalhar o afeto em sala de aula”.Não que o professor não vá ser atencioso,solicito,amigável e até “afetuoso”,não se está colocando isso em questão,o que se discute aqui é que tipo de afeto deve ser empregado em sala de aula.Quando leio esses artigos é inevitável que eu retorne a minha infância,lembro-me bem de cada professor que tive e lembro-me também da forma como cada um me tratava.Alguns eram realmente fantásticos,carinhosos,compreensivos e incentivadores,outros,no entanto,eram meu pior pesadelo.Isso não mudou no ensino médio,nem poderia,afinal,continuei sendo aluna e tendo professores.Porém,devo confessar,que foi a partir do ensino médio que passei a perceber de que “afeto”,os tais educadores que citei anteriormente tratam.É o afeto,no sentido,deixo claro que essa é uma interpretação minha,no sentido de respeito.Muitos professores que tive no ensino médio foram terríveis,e nem me refiro só aos de matemática,até porque seria bastante sugestivo.Me refiro a todos,todos que me fizeram “sofre” maus bocados.Vá lá,todos já passaram por isso.Mas é, sem dúvida, frustrante,quando você tenta chamar a atenção do seu professor e ele simplesmente finge que você não existe.Tá,ai aparecerão os tais defensores dos docentes e dirão: Mas eles tem milhares de alunos,como podem dá atenção a cada um? É, devo concordar que parece, eu disse parece um tanto complexo que um professor, que apesar de ter a aparência de um super-herói não passa de um ser biologicamente comum, tenha a capacidade de tratar cada aluno de forma individual. Isso me fez lembrar algo que me aconteceu,no tal ensino médio,eu simplesmente odiava um professor,odiava no sentido amplo da palavra,o que não aconteceu por acaso,eu o odiava pelo simples fato de ter criado uma fantasia em torno da figura do dito cujo,baseando-me apenas em depoimentos de exs alunos dele.Tá,mas ai me perguntam: Se gostava,como passou a odiar? Caros, nunca pensei que um trabalho em grupo pudesse destruir a imagem de alguém, é esse tal professor, passou um trabalho em grupo, ah é, eu não disse em que série estava 3° ano do ensino médio, continuando, o tal professor passou um trabalho no qual deveríamos pesquisar sobre algo que não vem ao caso no momento e depois caberia a cada grupo montar uma apresentação para expor a pesquisa, pois bem, assim foi feito. Até esse ponto, dirão vocês, certamente, está tudo bem, todo professor passa trabalhos para a classe, é, isso é verdade, mas me permitam concluir o relato. Bom,eu e meu grupo,formado por colegas antigos e novos,fizemos uma pesquisa e fomos apresentar,era uma segunda feira,não me recordo bem o horário,sei que era cedo,fomos o último grupo a apresentar o trabalho,todos os meus colegas falaram e eu fui a última,no momento em que comecei a falar,o dito professor,que deveria está prestando atenção,iniciou um diálogo bem animado com um aluno,como posso dizer sem ofender o colega?,Bom, com um dos frequentadores assíduos da secretaria. O que fiz?Parei de falar e esperei que ele prestasse atenção, pensam vocês que ele o fez?Não, foi preciso que uma colega minha, novata, o interpela-se o constrangendo diante da sala. Caros,nunca senti tanto “prazer” em ver alguém ser constrangido diante de outras pessoas,mas não me entendam mal,não sou uma pessoa má,apenas acho,que diante do que ele fez,o constrangimento foi pouco.Afinal,será que ele gostaria que eu interrompesse a aula dele para conversar com um dos meus colegas sobre moda?Acho que não. Mas,o problema não está no fato em si,mas sim no que veio depois.Esse professor,hoje meu amigo,passou a tratar eu e os meus colegas de forma um tanto quanto diferente,um pouco mais rígido e até,certas vezes,grosseiro.Ah é,esqueci de dizer que a minha sala era considerada a pior do colégio,mas não acho que isso justifique um professor simplesmente ignorar a presença de um aluno durante uma apresentação.Foi difícil,pois tive que aguentar o problema durante todo o resto do ano e ainda tinha que ouvir provocações dos alunos das salas nas quais o tal professor era o queridinho,esqueci de mencionar que ele era o mais popular do colégio,ou seja,eu e meus colegas estávamos sozinhos nessa.Então,voltando ao afeto,desculpe-me usar o termo,mas de que diabos de afeto estão tratando esses tais pesquisadores?Bom, acho que como disse anteriormente, tratasse antes de tudo, de respeito. O docente cobra respeito do discente,mas será que ele está retribuindo? Não achem que faço essa pergunta por conta do que me aconteceu, apenas acredito que o que falta a sociedade, seja ela a menor que é a sala de aula ou a maior que é a comunidade é um pouco de respeito ao outro, esse é o tal afeto.