RELATOS DE UM APRENDIZ

O labor acadêmico é de grande agitação para o aluno dedicado e compromissado com o aprendizado acadêmico: muita leitura de textos, avaliações, atividades em sala de aula e fora dela, isso para quem está ingressando na vida acadêmica é assustador. Nesses momentos na ânsia de apreender, ao máximo, o que está lhe sendo ensinado o aluno apela para tudo e para todos, apela para pesquisa na internet, autodidatismo, heurística e grandes esforços lucubratórios e solitários. Digo isso por que no primeiro semestre do curso de Ciências Sociais da Universidade Nove de Julho de São Paulo, precisamente na disciplina de História Moderna e Contemporânea, passei por essa angustiante e desafiadora experiência. No primeiro contato com a matéria, fui assaltado por um grande estranhamento e depois, por um não menos grande encantamento.

Ao tomar conhecimento dos pensamentos de grandes teóricos e historiadores do fascinante e laborioso mundo do conhecimento humano, me senti como disse Bernardo de Chartres*: um anão nos ombros de gigantes. Mas, sempre existe uma tábua de salvação para o náufrago humilde, paciente e receptível e, a minha foi o emérito, bem humorado e didático professor Flávio Vilas Boas Trovão. Com as suas bem humoradas, sábias e esclarecedoras lições, esse professor me fez vislumbrar um tênue, mas esperançoso, lume de luz do entendimento histórico. Mudou, de súbito, à minha maneira de pensar em relação à história das coisas, dos povos, das instituições, organizações e do mundo.

O contato mais direito com o pensamento e a obra de grandes autores como: Max Weber e Edvard Palmer Thompson, através das aulas ministradas pelo professor acima mencionado, me fizeram sentir vontade de me aprofundar cada vez mais no estudo de história, passei a ler mais sobre o assunto como também a

interagir mais com o professor e os colegas em sala de aula. Animei-me, surpreendentemente, a me esforçar no sentido de concluir o curso de Ciências Sociais e seguir firme na minha formação continuada. Já conclui com êxito o primeiro semestre e até me a risco a me auto avaliar, pelo meu esforço, dedicação, assiduidade e o cumprimento das tarefas escolares a nota que me reservo é, vaidade à parte, oito.

*Filósofo e teólogo medieval. Foi o primeiro mestre da Escola de Chartres (Chartres, comuna francesa).

VICENTE REINALDO
Enviado por VICENTE REINALDO em 16/12/2012
Reeditado em 06/05/2021
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