Velha infância inocente

O olhar inocente esvaía-se na imensidão do temido mundo dos grandes

onde não haviam açoites e nem xingamentos devido à tranquilidade em que eu vivia.

Brincava com coisas tão simples, mas era meu mundo.

E quando lia algumas histórias simplesmente fazia parte delas.

Criança esperta cheia de sonhos onde os super-heróis eram aqueles

de roupas velhas e surradas, chapeus marcados pela nódoa impregnada da labuta diária.

Não tinha riquezas nem uma cama só minha, mas tinha o aconchego nos braços largos da minha rainha.

Não distancie de mim menino risonho e falante, pois, só em pensar que isso possa acontecer, já bate aquela saudade.

Saudades dos cheiros, da comida caseira, das manhãs dominicais e das reuniões de família. Minha velha infância que tão rápido se foi visto ao romper do tempo, mas que viva está dentro do meu ser, fresquinha, com os mesmos sonhos e visões.

Criança que sentia e sente as coisas que não se explicam, pois, advém de Deus e agraciado nos dons.

Não parte-te de mim nem um segundo se quer, pois quero sempre continuar sentindo-te como uma chama viva para me levares ao mundo encantado que sempre sonhei.

Meu sonho era tão simples que de tão simples se concretizou

na alegria em ser o que não pude ter!

A riqueza em poder sorrir sem me questionar porque tanto sofrimento

nesse mundo dos grandes ao qual me jogastes.

Ainda bem que amparado pelo amor supremo que emana dos meus olhos

e acaba no meu sorriso que com muito orgulho tento doar.

A velha infância regada de sonhos brotou e fez de mim esse que só quem conhece é que sabe o quanto sou grato ao bê-á-bá que me ensinaram, resultando nisso.

Uma vida cheia de fulgor!

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 07/12/2012
Reeditado em 08/12/2012
Código do texto: T4025104
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