Ainda é possível e vale a pena acreditar na política?
Certamente é possível acreditar na política e seguramente ainda vale a pena acreditar nela. Se assumirmos que política é fazer escolhas, e que uma vida plena para qualquer um de nós depende das consequências das escolhas que fazemos, seja na escolha de uma “roupa boa”, seja na escolha de um “candidato bom”, então certamente vale a pena.
É possível e vale a pena acreditar na política porque, a cada momento de nossas vidas, somos expostos ao nosso poder político, ou seja, à possibilidade de fazer escolhas. Essas vão desde escolhas momentâneas, com consequências apenas individuais e de curto prazo, como a roupa que vamos vestir, até escolhas planejadas, com consequências para a coletividade e de longo prazo, como a escolha das pessoas que vão nos representar na esfera pública. Por esse ponto de vista, até mesmo a própria opção de “não escolher” conscientemente (por exemplo, pegar a primeira roupa da pilha, votar no candidato do “santinho” que se viu jogado no chão) também é uma escolha e tem as suas consequências. E essas consequências vão nos afetar, seja individual seja coletivamente, seja na impressão que causaremos com nossa aparência, seja nos rumos que a cidade, o estado ou o país vão tomar. Então acredito que vale muito a pena refletir sobre isso e acreditar em nossas escolhas, que são o que define a política.
Também acredito que é possível e vale a pena acreditar na política porque, em nossa sociedade democrática, em que os cidadãos têm o poder de escolher seus governantes e seus representantes, existem candidatos bons, interessados no bem-estar das pessoas e no progresso de nossa cidade, estado e país. Basta observarmos as campanhas eleitorais para perceber que a turma de candidatos renova de tempos em tempos, e aparecem pessoas que ainda não se queimaram com a opinião pública, que podem ser escolhidas como nossos representantes. Além disso, o poder que o cidadão passou a ter de fiscalizar as atividades dos servidores da esfera pública vem aumentando com a adoção de tecnologias para fins de transparência. Com esses recursos, o cidadão pode continuar a fazer política muito depois das eleições, e assim pode acompanhar a atuação dos eleitos, para conferir se eram mesmo “candidatos bons” ou até que ponto o serão. Basta fazer a escolha de acreditar na política.
Assim, entendo que política é fazer escolhas, e que uma vida plena depende das consequências de nossas escolhas, seja na escolha de uma “roupa boa”, seja na escolha de um “candidato bom”. Por isso, acredito que certamente é possível acreditar na política e seguramente ainda vale a pena acreditar nela.