Desistir

Costumo dizer que nós só acabamos quando desistimos de nós mesmos; quando não conseguimos imaginar nosso futuro; quando as esperanças acabam e tudo o que conseguimos ver é um tufão preto que acaba com qualquer esperança.

Talvez eu realmente tenha desistido de mim e isso faz com que eu me sinta fraca, faz com que eu perca a vontade de levantar e prosseguir, porque ninguém está acostumado a me ver demonstrando o que sinto. É difícil pra mim.

Esse drama barato me irritava até então, mas agora vejo prazer em escrever sobre o que sinto. Eu sou isso, eu nasci, e quando nasci, nasceu uma ideia, uma vida, uma opinião, e creio que não sou mais alguém na roda da conversa; sou um ser humano, e por isso tento entender tal suposição mas não consigo, é complexo pra mim.

Queria saber, pelo menos um terço do que se passa na cabeça das pessoas ao meu redor. Essa inconstância está me cansando, estou cansada de tentar consertar tudo isso e sempre falhar. Eu sou um quebra-cabeça de 20 mil peças que ainda não consegui montar.

Eu não quero morrer, eu quero sumir. Sumir para fugir de mim mesma, e espero que essa dor não seja um buraco negro, uma areia movediça, a cada dia que passa mergulho mais nessa melancolia, que acaba cansado quem vê, e me cansa também.

Talvez você me entenda como é difícil olhar para um teclado e não saber o que escrever. Sim, eu sempre me dei bem com a tristeza. Ela é realmente inspiradora. Mas ultimamente está doendo tanto, tanto, tanto, que eu já não sei se escrevo sobre drama, saudade, esquecimento, superação, ou simplesmente, amor.

Essa inconstância está cansando quem lê e essa dor criou anestésico próprio, e esse anestésico me fez ficar sem ideias. Voltei a ser crua e vazia.

Beatriz Lundstrom
Enviado por Beatriz Lundstrom em 20/11/2012
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