A CONCLUSÃO DISSERTATIVA
A elaboração de uma dissertação tem sempre um objetivo bem definido cuja defesa do tema é a principal característica. Para tanto formulamos uma tese que será desenvolvida com argumentos convincentes, até atingir a última etapa: a conclusão. Assim, as ideias devem estar articuladas numa sequência lógica que conduza a uma boa interpretação.
Existem quatro tipos de conclusão:
Perspectiva de solução
Ideal para textos cujo teor seja polêmico ou questionador, consiste na sugestão ou proposta de soluções para os problemas apresentados.
Síntese da discussão
Apropriada para textos expositivos, limitando-se a condensar as idéias defendidas ao longo da dissertação.
Retomada da tese
Confirma-se a idéia central. Deve-se evitar, entretanto, a simples repetição da tese.
Interrogação
Só deve ser utilizada quando estiver implícita uma crítica procedente. É preciso evitar concluir o texto com perguntas que sejam apenas uma forma de devolução à banca do questionamento feito pelo tema.
Exemplos de conclusões, versando sobre o mesmo tema:
Como cuspir para cima
Gilberto Dimenstein
Tese – Exposição da violência rotineira
(TF) Um documento preparado pela OAB, Procuradoria Geral da República e ABI acusa: “Em São Paulo, como em todo o Brasil, a tortura e os maus tratos são ainda administrados rotineiramente nos recintos policiais militares ou em plena luz do dia”, informa. A dura verdade: os presos políticos do regime militar tinham mais sorte.
Desenvolvimento 1
Comparação com a ditadura
(TF) Todos os métodos empregados para ditadura estão vivíssimos. Só que, naquela época, havia uma mobilização nacional e internacional contra a barbárie e, principalmente, a tortura. E, por isso, os presos políticos tinham mais sorte ou, melhor, menos azar: geravam indignação e, por conseqüência, ação. Nada disso se reproduz mais. O Brasil está dominado pela cultura do extermínio. A matriz dessa passividade é a convicção de que pobre sente menos dor.
Desenvolvimento 2
Conseqüências da banalização da violência
(TF) O resultado é apenas a banalização da violência – não há indicação de que a criminalidade tenha se reduzido. Só aumentou a periculosidade dos delinqüentes. Aí está a questão que deveria estar no topo das prioridades de nossa elite política: a violência está produzindo um caminho de insensatez, no qual as principais vítimas são e serão os cidadãos honestos que desejam segurança para viver. A sociedade, como se vê, está cuspindo para cima.
Desenvolvimento 3
Evidências da desvalorização
(TF) Cuspir para cima significa desmoralizar o valor da vida – exatamente, aliás, o que fez magistralmente a Assembléia Legislativa de São Paulo, ao isentar de culpa os policiais que provocaram o massacre do Carandiru. Quando uma sociedade não valoriza o direito à vida nada será respeitado – muito menos o direito de propriedade. Um dos sintomas mais agudos desse nosso caminho da insensatez é a capacidade de se perceber uma obviedade tão gritante.
I. Conclusão com retomada da tese
Pode-se concluir que, apesar da vigília de entidades de Direitos Humanos, o quadro de violência oficial continua a ocorrer em várias unidades policiais de todo o Brasil, mesmo após o fim do regime político de exclusão a que estve submetido o páis durante anos.
2. Conclusão com síntese da discussão
Em suma, todo o esforço de entidades de Direitos Humanos perde-se no submundo das cadeias públicas, concorrendo para um quadro de omissão e descaso, diferentemente dos anos de ditadura quando havia uma vigília constante por entenderem que os fins justifavam os meios, ou seja, a legitimidade da luta diante do endurecimento político.
3. Conclusão com proposta de solução
Para que essa violência desapareça, será preciso que o povo, que hoje se omite, passe a vigiar as autoridades no sentido de evitar que voltem a ocorrer os casos de tortura e morte nos porões das cadeias públicas como ocorreram em tempos de ditadura.
4. Conclusão com pergunta argumentativa
Será preciso que o Brasil figure na lista dos países mais violentos do mundo quanto à política pública para que o cidadão comum não se conforme com o status quo atual quando presos comuns são maltratados e não encontram ressonância na sociedade?
A elaboração de uma dissertação tem sempre um objetivo bem definido cuja defesa do tema é a principal característica. Para tanto formulamos uma tese que será desenvolvida com argumentos convincentes, até atingir a última etapa: a conclusão. Assim, as ideias devem estar articuladas numa sequência lógica que conduza a uma boa interpretação.
Existem quatro tipos de conclusão:
Perspectiva de solução
Ideal para textos cujo teor seja polêmico ou questionador, consiste na sugestão ou proposta de soluções para os problemas apresentados.
Síntese da discussão
Apropriada para textos expositivos, limitando-se a condensar as idéias defendidas ao longo da dissertação.
Retomada da tese
Confirma-se a idéia central. Deve-se evitar, entretanto, a simples repetição da tese.
Interrogação
Só deve ser utilizada quando estiver implícita uma crítica procedente. É preciso evitar concluir o texto com perguntas que sejam apenas uma forma de devolução à banca do questionamento feito pelo tema.
Exemplos de conclusões, versando sobre o mesmo tema:
Como cuspir para cima
Gilberto Dimenstein
Tese – Exposição da violência rotineira
(TF) Um documento preparado pela OAB, Procuradoria Geral da República e ABI acusa: “Em São Paulo, como em todo o Brasil, a tortura e os maus tratos são ainda administrados rotineiramente nos recintos policiais militares ou em plena luz do dia”, informa. A dura verdade: os presos políticos do regime militar tinham mais sorte.
Desenvolvimento 1
Comparação com a ditadura
(TF) Todos os métodos empregados para ditadura estão vivíssimos. Só que, naquela época, havia uma mobilização nacional e internacional contra a barbárie e, principalmente, a tortura. E, por isso, os presos políticos tinham mais sorte ou, melhor, menos azar: geravam indignação e, por conseqüência, ação. Nada disso se reproduz mais. O Brasil está dominado pela cultura do extermínio. A matriz dessa passividade é a convicção de que pobre sente menos dor.
Desenvolvimento 2
Conseqüências da banalização da violência
(TF) O resultado é apenas a banalização da violência – não há indicação de que a criminalidade tenha se reduzido. Só aumentou a periculosidade dos delinqüentes. Aí está a questão que deveria estar no topo das prioridades de nossa elite política: a violência está produzindo um caminho de insensatez, no qual as principais vítimas são e serão os cidadãos honestos que desejam segurança para viver. A sociedade, como se vê, está cuspindo para cima.
Desenvolvimento 3
Evidências da desvalorização
(TF) Cuspir para cima significa desmoralizar o valor da vida – exatamente, aliás, o que fez magistralmente a Assembléia Legislativa de São Paulo, ao isentar de culpa os policiais que provocaram o massacre do Carandiru. Quando uma sociedade não valoriza o direito à vida nada será respeitado – muito menos o direito de propriedade. Um dos sintomas mais agudos desse nosso caminho da insensatez é a capacidade de se perceber uma obviedade tão gritante.
I. Conclusão com retomada da tese
Pode-se concluir que, apesar da vigília de entidades de Direitos Humanos, o quadro de violência oficial continua a ocorrer em várias unidades policiais de todo o Brasil, mesmo após o fim do regime político de exclusão a que estve submetido o páis durante anos.
2. Conclusão com síntese da discussão
Em suma, todo o esforço de entidades de Direitos Humanos perde-se no submundo das cadeias públicas, concorrendo para um quadro de omissão e descaso, diferentemente dos anos de ditadura quando havia uma vigília constante por entenderem que os fins justifavam os meios, ou seja, a legitimidade da luta diante do endurecimento político.
3. Conclusão com proposta de solução
Para que essa violência desapareça, será preciso que o povo, que hoje se omite, passe a vigiar as autoridades no sentido de evitar que voltem a ocorrer os casos de tortura e morte nos porões das cadeias públicas como ocorreram em tempos de ditadura.
4. Conclusão com pergunta argumentativa
Será preciso que o Brasil figure na lista dos países mais violentos do mundo quanto à política pública para que o cidadão comum não se conforme com o status quo atual quando presos comuns são maltratados e não encontram ressonância na sociedade?