A matemática em minha vida.

Sem que eu soubesse o que era ela, ela já fazia parte de minha vida, ditando números...

Aos seis anos, com a ajuda de minha mãe, eu já ansiava pelo sete.Sete anos!E ele chegou, junto com ele, chegou também minha ida à escola, onde com a paciência de minha professorinha do primário, aprendi pouco a pouco as primeiras operações matemáticas: aprendi, somar, subtrair, multiplicar, e dividir!

Sem que eu percebesse, de forma natural fui aprendendo matemática pela vida afora:Somava alegrias, subtraía sonhos, dividia alegrias...e multiplicava experiências.

Lembro-me de quando fiz os sete anos: foi bem no início do ano, minha mãe me disse:

-Olha, na semana que vem, você vai fazer sete anos, eu já matriculei você na escola e seu pai já comprou seu caderno.

O dia tão esperado chegou!Minha mãe me acompanhou no caminho da escola,esperou que a inspetora de alunos chamasse, me abençoou e foi embora...(aquele dia eu me emancipei: foi a primeira vez que fui deixada sozinha sem a presença dela).

Percebo (agora) que aprendi a contar antes mesmo de ir para a escola.Contava até dez.Contava as estrelas (pois morava no sítio) os animais no pasto, os patinhos na lagoa.Ah! Minha professorinha dizia que o dois era um patinho na lagoa.Eu tinha facilidade para aprender matemática.

Sempre tive bons professores e um deles foi especial: o da oitava série (Jamil).Eu o adorava e por essa razão queria ter as melhores notas, queria me destacar, ser o alvo da atenção dele.

Fazia minha tarefa sozinha, pois tinha mais cinco irmãos e minha mãe não podia ficar me ajudando, então, quando eu terminava, ela só corrigia.

Foram 4 anos no primário, mais 1 nas aulas de admissão, 4 anos no ginásio, outros 3 no colegial,depois 18 meses cursando faculdade de administração, foi aí que descobri que nem gostava tanto assim da matemática.Tive uma overdose dela e me cansei.Abandonei o curso!

Casei.Três filhos.Nove meses de espera por cada um.somando as dívidas no final do mês na esperança de que o dinheiro fosse suficiente, porém raramente bastava (nunca fui uma boa administradora) ou sempre ganhei pouco.

E assim é minha vida com a matemática: uma somatória de coisas boas e ruins.De perdas e ganhos.

As lembranças são boas e as dificuldades poucas.

Percebo hoje, que aprendi a contar antes de aprender a ler e vejo que as pessoas de forma geral são assim contam antes de ler.

Wal Ispala
Enviado por Wal Ispala em 04/11/2012
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