‘Celtas e Druidas
Celtas e Druidas
Sempre tive enorme admiração pela civilização Celtas e Druidas.
Em minha adolescência - estudando em colégio de freiras - regime de internato, minha imaginação viajava para locais lindos, encantados, plenos de magia!
Minha professora de história -manifestava discordância com o meu entusiasmo afirmando que era uma civilização pagã - de cultos imorais –, feiticeiros – bruxos.
Os ritos herdados da antiga religião pré-histórica, de 40 mil anos atrás, tinham uma finalidade mágica: enviar mensagens à mãe-natureza, para que tornasse o clima ameno e favorável à agricultura.
A terra era considerada a grande deusa-mãe, cujo útero abrigava e nutria a semente, transformando-a em alimento. Por isso, no panteão desses povos, havia uma supremacia de outras deusas ligadas à deusa-mãe e a maior parte dos cultos era entregue a sacerdotisa.
Os Celtas era um Povo místico que habitou o Continente Europeu entre 2000 a.C. e 400 D. C,
Descendiam das tribos indo-europeias e foi atribuída a eles a introdução da metalurgia na Europa, dando inicio a idade do ferro nesta região.
Os historiadores gregos foram um dos primeiros a mencionarem os celtas em seus livros.
Os gregos os chamavam de Keltoi, mais tarde eles seriam chamados pelos Povos Romanos de Celtae.
Habitaram as regiões que hoje pertencem às nações do Reino Unido, Portugal, França e Espanha, Bélgica e Alemanha.
Estavam divididos em varias tribos com divergentes nomes. As tribos que sobreviveram ao tempo foram as dos bretões, gauleses, celtiberos e hibérnicos.
Por volta do ano 2.000 A.C essas tribos já ocupavam a maior parte do continente europeu.
Estudiosos da atualidade acreditam que as primeiras tribos celtas estavam concentradas na Península Ibérica, e partiram desta região para o restante da Europa. .
Como ocorre em diversas culturas de origem indo-européia, a sociedade celta era basicamente dividida em três ‘extratos’:
• uma nobreza governante, formada pelos guerreiros e de onde se originavam os líderes;
• um clero, composto pelos druidas;
• um conjunto de homens livres, artesãos e mestres em diversos ofícios.
Em comum com outras culturas da época, completava a sociedade a 'categoria' dos escravos e servos - geralmente indivíduos de outras tribos ou mesmo de outros povos que, derrotados em batalha, passavam a servir seus conquistadores. As eleições de alguns reis eram eventos anuais, mas outros se mantinham no poder por períodos mais longos. Abaixo do rei estava a classe dos guerreiros, dentre os quais o rei era selecionado.
Os clãs guerreiros possuíam grandes propriedades, o que lhes permitia a posse das custosas armas e cavalos necessários para o combate. Com status igual aos guerreiros estavam os indivíduos de saber - druidas, bardos e artesãos altamente qualificados. Abaixo desses grupos nobres, as famílias de agricultores, que compunham o grosso da população. Os agricultores eram livres, mas deviam pagar taxas e prestar serviço militar em guerras aos seus reis e nobres. Na base da ordem social estavam os escravos.
Ainda que em menor número do que no mundo greco-romano - onde escravos formavam um terço da população de algumas cidades - escravos existiam na sociedade gaulesa.
Falar sobre os druidas, não é tão fácil!
José Laércio do Egito – “F.R. C” deixará importante legado em minhas páginas sobre o conjunto de aspectos peculiares à vida intelectual, artística, moral e material dessa grande civilização!
“Quando estudamos sobre os Druidas, temos de esquecer nossa razão e embarcar num mundo diferente, mágico, fantástico, de um povo incrível e misterioso”!
A principal fonte clássica sobre os druidas é Júlio César, em sua obra De Bello Gallico (A Guerra da Gália). Todavia, os comentários de César sobre os druidas mal enchem uma página e dão margem a inúmeras dúvidas, infelizmente não sanadas por outros autores clássicos (que escreveram ainda menos sobre o tema). César fala sobre a organização e as funções da classe dos druidas (presidência dos ritos, pedagogos e juizes), a eleição do druida-mor, a reunião anual (conclave) na floresta de Carnutos, a isenção do serviço militar e a aprendizagem de longos poemas. Afirma também que os druidas se interessavam em aprender astronomia e assuntos da natureza, e se recusavam terminantemente em colocar seus ensinamentos por escrito.Outros autores clássicos, como Plínio e Cícero, também se referem ao interesse dos druidas pelo estudo sério dos astros e pela prática da adivinhação. Tácito e Suetônio confirmam o interesse, mas nos apresentam os druidas como bárbaros cruéis e supersticiosos. Analisando o contexto histórico, T.D. Kendrick em sua obra The Druids, afirma que até a época do início do Império Romano, os druidas gozavam de ótima reputação, mas a partir da formação da Igreja Católica, começaram a ser atacados e desprestigiados. Peter Berresford Ellis, em El Espíritu del mundo celta, afirma que tal desprestígio se deveu muito mais a necessidade de justificativas para a conquista e dominação dos celtas do que por demérito dos druidas. Certo mesmo é que a influência dos druidas deve ter sido considerável, pois três imperadores romanos tentaram extinguí-los por decreto como classe sacerdotal num prazo de 50 anos - sem sucesso.
Os Druidas
Autor – José Laércio do Egito
Quem eram os druidas? O que melhor se pode dizer é que os druidas foram membros de uma elevada estirpe de Celtas que ocupavam o lugar de juizes, doutores, sacerdotes, adivinhos, magos, médicos, astrônomos, etc. mas que evidentemente não constituíam um grupo étnico dentro do mundo Celta. Eram grandes conhecedores da ciência dos cristais.
As mulheres célticas gozavam de mais liberdades e direitos do que as de outras culturas contemporâneas, incluindo-se, até mesmo, o direito de participarem de batalhas, e de solicitarem divórcio. Neste contexto havia mulheres druidas. Na cultura druídica, portanto, a mulher tinha um papel preponderante, pois era visa como a imagem da Deusa.
No contexto religioso os druidas eram sacerdotes e sacerdotisas dedicados ao aspecto feminino da divindade, a Deusa Mãe. Embora cultuassem a Deusa Mãe mesmo assim admitiam que todos os aspectos expressos a respeito da Divindade eram ainda percepções imperfeitas do Divino. Assim, todos os deuses e deusas do mundo nada mais eram do que aspectos de um só Ser Supremo - qualquer que fosse a sua denominação visto sob a ótica humana.
A palavra druida é de origem céltica, e segundo o historiador romano Plínio - o velho, ela está relacionada com o carvalho, que na realidade era uma árvore sagrada para eles.
Desde que o povo celta não usava a escrita para transmitir seus conhecimentos, após o domínio do cristianismo perdeu-se muito das informações históricas daquela maravilhosa civilização e especialmente das que a precederam deste o fim da Atlântida, exceto aquilo que permaneceu zelosamente guardado nos registros de algumas Ordens Iniciáticas, especialmente a Ordem Céltica e a Ordem Druídica. Por isto muito da historia dos Druidas até hoje é um mistério para os historiadores oficiais; sabem que realmente que existiu entre o povo Celta, mas que não nasceram nesta civilização. Sendo assim impõe-se a indagação: de onde vieram os Druidas? Seriam Deuses? Ou Bruxos? O pouco que popularmente é dito a respeito dos druidas tem como base diversas lendas, como a do Rei Arthur, onde Merlin era um druida.
Diversos estudiosos têm argumentado que os Druidas originariamente pertenceram à pré-céltica (não Ariana) população da Bretanha e da Escócia.
Desde o domínio romano, instigado pelo catolicismo, a cultura druídica foi alvo de severa e injusta repressão, que fez com que fossem apagados quaisquer tipos de informação a respeito dela embora que na historia de Roma conste que Júlio César reconhecia a coragem que os druidas tinham em enfrentar a morte em defesa de seus princípios.
Os Druidas dominavam quase todas as áreas do conhecimento humano, cultivaram a musica, a poesia, e possuíam notáveis conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, (prevenção de doenças através do uso de plantas).
de agricultura e astronomia, e possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao dos neoplatônicos. O povo celta tinha uma tradição eminentemente oral, não faziam uso da escrita para transmitir seus conhecimentos fundamentais, embora possuíssem uma forma de escrita mágica conhecida pelo nome de escrita rúnica. Mesmo não usando a escrita para gravar seus conhecimentos eles possuíram suficiente sabedoria a ponto de influenciarem outros povos e assim marcar profundamente a literatura da época, criando uma espécie de aura de mistério e misticismo.
A Igreja Católica, inspirada pela Conjura, demonstrou grande ódio aos Druidas que, tal quais outras culturas, foram consideradas pagãs, bruxos terríveis, magos negros que faziam sacrifícios humanos e outras coisas cruéis. Na realidade nada disso corresponde à verdade, pois quando os primeiros cristãos chegaram naquela região foram muito bem recebidos, até porque a tradição céltica conta que José de Arimatéia discípulo de Jesus viveu entre eles e levado até lá o Santo Graal (Taça usada por Jesus na Última Ceia).
Em torno disto existem muitos relatos, contos, lendas e mitos, especialmente ligados à Corte do Rei Arthur e a Távola Redonda. São inúmeros os contos, entre eles, aqueles relativos à Corte do Rei Arthur, onde vivera Merlin, o mago, e a meia-irmã de Arthur, Morgana, que eram Druidas.
A religião druídica na realidade era uma expressão mais mística da religião céltica. Esta era mais mágica, por isso mais popular, com formas de rituais mais rústicos, e muito mais ligados à natureza ambiental, à terra que era tratada com carinho bem especial. A mais popular das expressões religiosas dos celtas constituiu-se a Wicca, que o Catolicismo fez empenho em descrever como um conjunto de rituais satânicos.
São freqüentemente os festivais célticos. Para eles o ano era dividido em quatro períodos de três meses em cujo início de cada um havia um grande festival. Eram eles:
Imbolc - celebrado em 1 de fevereiro e era associado à deusa Brigit, a Mãe-Deusa protetora da mulher e do nascimento das crianças;
Beltane - celebrada em 1 de maio. (também chamado de Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien e Beltein) Significa "brilho do fogo". Este festival, muito bonito, era marcado por milhares de fogueiras;
Lughnasadh - (também conhecido como Lammas), dedicado ao Deus lugh, celebrado em 1 de agosto;
Samhain - a mais importante das quatro festas, celebrada em 1 de novembro. Hoje associada com o Hallows Day, celebrado na noite anterior ao Hallowen.
Basicamente a doutrina céltica enfatizava a terra e a deusa mãe enquanto que os Druidas mencionavam diversos deuses ligados às formas de expressão da natureza; eles enfatizavam igualmente o mar e o céu e acreditavam na imortalidade da alma, que chegava ao aperfeiçoamento através das reencarnações. Eles admitiam como certa a lei de causa e efeito, diziam que o homem era livre para fazer tudo aquilo que quisesse fazer mas que com certeza cada um era responsável pelo próprio destino, de acordo com os atos que livremente praticasse. Toda a ação era livre, mas traria sempre uma conseqüência, boa ou má, segundo as obras praticadas. Mesmo sendo livre, o homem também respondia socialmente pelos seus atos, pois para isto existia pena de morte aplicada aos criminosos perversos. A Igreja Católica acusava os Celtas e Druidas de bárbaros por sacrificarem os criminosos de forma sangrenta, esquecendo que ela também matava queimando as pessoas vivas sem que elas houvessem cometido crimes, apenas por questão de fé ou por praticarem rituais diferentes… pura ironia!
A crença céltica e druídica diziam que o homem teria a ajuda dos espíritos protetores e sua libertação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida assim. Cada pessoa tinha a responsabilidade de passar seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entenderem a lei de causa e efeito, também conhecida atualmente como lei do carma.
Não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos constituídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas , principalmente onde houvesse antigos carvalhos, os locais de suas cerimônias.
Em vez de templos fechados eles reuniam-se nos círculos de pedra, como se vêem nas ruínas de Stonehenge Avebury, Silbury Hill e outros.
Enquanto em alguns dos festivais célticos os participantes o faziam sem vestes os Druidas, por sua vez, usavam túnicas brancas. Sempre formavam os círculos mágicos visando a canalização de força.
Por não usarem roupas em alguns festivais e por desenvolverem ritos ligados à fecundidade da natureza, por ignorância, por má fé ou mesmo por crueldade dos padres da Igreja, Celtas foram terrivelmente acusados de praticarem rituais libidinosos, quando não realidade tratava-se de ritos sagrados.