"Eu sou alguém ou sou o Sr. Ninguém?"
(redação produzida com base no filme "Mr. Nobody" em balanceamento à vida real)
Somos algo real ou fruto da imaginação de uma criança? Vivemos neste mundo ou somos apenas peças em uma espécie de jogo? Afinal, eu existo? Realmente, não é possível obter uma resposta concreta e precisa para cada questão, até porque, caso exista outro mundo fora a esse, ainda não o temos conhecimento. Portanto, nada é claro, nem sequer bem estabelecido. É provável que a maioria nem pense sobre tais questões, nunca tenha parado pra pensar em sua existência, ou então questionar o por que está vivendo neste mundo, agora.
Mas, de modo particular, acredito que sim, eu existo, nós existimos. Considero ser muito improvável que sejamos seres fictícios, vivendo em um lugar imaginário, em um universo de fantasia, onde tudo pode se acabar ou se transformar em questão de segundos. Contudo, nem isso seria possível, pois se considerarmos um mundo de ilusão, nem mesmo o tempo seria real, podendo ser regulado, como se em um sonho de uma pessoa.
Acredito que vivo em um lugar real, onde não somos parte de um sonho imaginário, mas sim, que criamos diversos deles, onde, realmente, construímos personagens e idealizamos momentos apenas em nossa cabeça. Analisando por este lado, como posso dizer que não existem pessoas acondicionadas em meus sonhos, vivendo presos em um mundo predestinado e controlado à minha vontade? Partindo por este ponto de vista, creio que não podemos ignorar o fato de que muitos mundos fora a este existem, porém não sabemos se há quem os viva de fato real. Cada indivíduo, então, possui um universo controlado por si só, ou até mais de um. Um exemplo claro disso é quando temos duas opções a escolher e, na indecisão, imaginamos quais seriam as consequências de tais caminhos, criando assim mundos imaginários. Porém, para que possamos realizar tal pensamento, é preciso que tenhamos “personagens” por onde passaremos, como família, futuro marido, filhos, colegas de trabalho, e assim por diante. Então, é correto afirmar que sim, existem seres vivendo em outros lugares, inclusive ao mesmo tempo. A questão é que tais personagens são frutos da nossa própria imaginação, não sendo, portanto, de carne e osso. Ou melhor, acredito que não sejam pelo simples fato de terem sido criados, imaginados. Todas estas questões se misturam e entram em conflito, causando um atordoamento em nossa mente, ou ao menos na minha... Pois, se sei que construo universos em minha mente, como saber se eu, Marina, não fui construída por algum ser sonhador, e estou vivendo conforme seus pensamentos? Será mesmo que posso ser fruto da imaginação de um humano? Mas se caso for, como é possível que eu, adotando a teoria de ser “fictícia”, posso sonhar e criar mundos e indivíduos? Sonhos de sonhos? Mundos criados por quem nem sequer existe de verdade?
Pode ser que sim, que eu e todos os demais que comigo convivem, bem como o mundo de um modo geral, sejamos apenas peças de um jogo mental imaginado. Porém, continuo defendendo a ideia de que não sou parte de um mundo imaginário, mas sim, que sou real, vivo em um mundo real, onde todas as pessoas criam seus próprios mundos a fim de suprir seus desejos pessoais. Acredito ainda que nestes mundos criados por terrestres, aqueles que os fazem presentes sejam apenas personagens imaginários, sem uma vida como a nossa. Eu sou alguém, alguém que pensa, sente e ama. Que é capas de tocar no outro e sonhar, porém que não consegue regular o tempo onde vive, apenas capacitada a regular o meu mundo imaginário, onde tudo acontece como sonho, ou como penso que possa ser. Neste, me julgo ser como relojoeira e artista, pois nele controlo o tempo como quero, o crio, transformo, inovo e recrio, conforme desejar. Portanto, tenho esse como se fosse o “mundo da Marina”, criado e controlado pela minha imaginação, sem restrições. Confesso nunca ter parado para pensar se em meus mundos existem pessoas como eu, vivendo de forma ‘natural’, porém em um lugar controlado, sem que sequer saibam. Acredito que isso não seja possível e que só exista, de verdade, este mundo em que temos conhecimento. Mas, ao mesmo tempo, desconsiderando mundos imaginários, como saber se realmente somos os únicos seres vivos? O universo é infinito, galáxias desconhecidas podem abrigar vidas até mais evoluídas que as nossas. Portanto, podemos ser frutos da imaginação de quem lá vive, quem sabe.