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DE RONDEL E SUA ESTRUTURA



      Muito gentilmente, e com bastante conhecimento de causa, o ilustre poeta e nosso coestaduano, de Crato-CE, eminente bardo OD LAREMSE M PETERSON, com relação ao rondel O AMADOR, postado no Recanto das Letras por este escrevinhador, nos sugere uma mudança na estrutura rímica do poema, lá na segunda estrofe.

      Segundo o aludido mestre, o esquema por mim - sempre assim utilizo -, em ABAB, melhor ficaria da seguinte maneira:
ABBA. Isto porque, conforme dele a indiscutível proficiência, trata-se de uma norma ou algo semelhante.

      O nobre vate da linda região do Cariri, ainda mui gentilmente, até fez a inversão dos versos e consertou o nosso "disparate". Claro que ficou bonito e "joiado" o esquema sugerido: ABBA.

      Os mestres Aurélio Buarque e Antônio Houaiss, no entanto, não fazem alusão à fixidez esquemática da segunda estrofe dos rondéis, deixando livres inclusive o metro e a posição das rimas.

      Vejamos, textualmente, os ensinamentos dos dois insignes e maiores dicionaristas brasileiros:

      1- AURÉLIO:

          1. 1. Rondel: "Composição poética de duas quadras e uma quintilha, com apenas duas rimas, sendo os dois últimos versos da segunda quadra iguais aos dois primeiros da primeira, e o primeiro desta o último da quintilha".

      2- HOUAISS:

          2. 1. Rondel: "Poema composto de duas quadras e uma quintilha, de forma que os dois primeiros versos da primeira quadra se repetem no final da segunda, e o primeiro verso da quadra inicial reaparece no fecho da quintilha, sem esquema fixo de rima ou de metro" (grifo nosso, deste escrevinhador).

      Como se nota, supra, o mestre AURÉLIO não alude fixidez para o esquema rímico da segunda estrofe do rondel; já o segundo lexicógrafo, o douto HOUAISS, foi mais explícito e deixa inteiramente livre a estruturação rímica da mesma estrofe.

      Agradeço imenso a contribuição do nosso colega recantista, sine qua e precisa observação não teria este simples escrevinhador garatujado tais considerações.

      Gosto muito do esquema rímico ABBA, ainda mais que sou um aficionado mutante, no emprego das frases, até onde posso, obviamente. Quem sabe, em próximos rabiscos de rondéis farei a mudança tão amigavelmente sugerida pelo exímio poeta caririense, que tanto se desculpou da sua oportuna e benfazeja colher de chá.

      Prometo exercitar o sugerido, no futuro, sem, contudo, querer exclusivizá-lo. Sou mutante nas minhas garatujas.

      É de contribuições assim - como a do caro OD -  que todos precisamos. O adendo e a crítica, no sentido grego, do julgar isento e que nos ensina, vale a pena.

      Por exemplo, na ânsia do mais e mais, costumava postar blocos de dez e até de doze trovas, de uma vez só. Aí a excelsa poetisa Sílvia Regina Costa Lima - autora de dois livros de poemas - me sugeriu que diminuísse o bloco, pois todos, aqui, temos o tempo muito corrido e a leitura, então, tornar-se-ia mais dinâmica.

      Ora, aceitei com o maior e melhor bom gosto. E nunca mais botei no ar blocões maçantes de trovas. Quando cometer uma rata ortográfica, como outro dia, que grafei "pusilâmine", em vez de pusilânime, por favor, me corrijam. Modéstia à parte, disponho de muito material corretivo, até o VOLP, mas a pressa é iniminga da perfeição, rsrs.

      Abraço muito cordial em todos, por meio desta redação que poderia ser uma crõnica.


                                                                                                                             Fort., 19/08/2012.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 19/08/2012
Reeditado em 19/08/2012
Código do texto: T3838065
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