VOCÊ NÃO TEM DIREITO DE DUVIDAR
Porque alguns idiotas sentem tanta necessidade de se expor com seus modernos brinquedos de alta tecnologia? São vontades reprimidas de exibir “status” e ainda assim não o conseguem verdadeiramente. Afirmo isso, pois pessoas interessantes conseguem ser notadas e atendidas porque geralmente transparecem algo mais inovador, moderno e apreciável do que simplesmente suas posses!
Tendo em vista que seria impossível serem notados de outro modo. Conseguem exibir para si mesmo seus modelos comparativos de investimento e tudo mais que o capital pode lhes conferir.
É engraçado. Como esses aparelhinhos podem agradar tanto seus egos vazios. Apenas isso... Somente isso?
Às vezes tento compreender o que realmente pode ser útil e apreciável de ser observado. E reafirmo que as pessoas mais agradáveis, são as que menos sentem vontade de se expor. O próprio bom gosto e qualidades humanas irão se extrapolar com gestos e nuances perceptivas aos mais sensatos, inteligentes e discretos.
Todavia observo que de fato esses exemplares da nossa espécie (ainda penso ser humana) ao movimentar-se, agir, ordenar e opinar sem o uso cauteloso de um vocabulário interessante, diz inconscientemente: Meu ego geralmente precisa se auto-renovar. Nova tragédia grega!
Assuntos baseados em algo que não criaram. Sempre! Apenas conseguiram comprar, usar, cansar do uso e sentir a necessidade de trocar quando este já não o satisfazer. Porque outro engenheiro mais produtivo, competitivo e sagaz. Poderá novamente persuadi-los através de marqueteiros e publicitários muito espertos e hábeis, esses por sua vez se utilizarão das boas e infalíveis teorias de comunicação de massa. (lê-se atualmente como: horário comercial televisivo, radiofônico e merchandising).
E logo, logo se sentiram como um inúteis (desculpe a redundância) sem utilidade, persuadidos por imagens com um brinquedo que talvez não lhe agradará pelos próximos dias. Pois! Chan chan chan chan. Um concorrente criou outro brinquedo melhor. (com outra propaganda melhor!) Mais ágil que suas próprias pernas, mais rápido que uma caganeira, mais bonito que seu periquito belga da Amazônia, com um design mais inovador do que seu fusca 77. (quase ninguém mais tem fusca né? Só aqui em Diadema mesmo...). Então vualá! Você sisifufu. Ráááá! Diria Serginho Malandro.
E a vida irá prosseguir de acordo com interesses comerciais dos empresários que conquistaram consumidores instigados a não pensar (por favor não pense). Apenas “cale a boca e consuma. Você não tem direito de duvidar”. Exatamente como uma letra da Plebe Rude sugerida muito antes de pensar em escrever esses relatos do cotidiano que insistem em me procurar para relatá-los a vocês.