Intacto - Capitulo 1.
Uma luz me atrapalhava enquanto me focava apenas em uma direção,aquela silhueta perfeita, aquela pessoa que emanava uma força em meu corpo de algum jeito.
-Seria minha imaginação? Perguntei-me. Era uma pena, não poderia tocar, não poderia abraçar, nem falar, eu apenas via a cena, ninguém me escutava, não me movia, minha respiração se enfraquecia a cada segundo que se passava.
Aquela pessoa diante meus olhos, era algo nunca visto antes, seu belo cabelo perfeito, longos, seu rosto suave, pele branca, eu me sentia atraído, mesmo com tantas interferências por pessoas que passavam ao redor no qual eu nem notava. Havia vendedores de tudo quanto é lado, casais de jovens e idosos andando de mão dadas, felizes e sorridente, mas eu nunca olhava para o lado e sim apenas em uma direção, aquela garota perfeita.
Meu corpo acelerava a cada vez que eu a olhava, ela não sabia que estava sendo observada, ela agia normalmente enquanto olhava de cima daquela ponte para uma paisagem quase tão bela quanto ela, seu sorriso era de deixar todos atraídos, suas vestes combinavam ainda mais com aquele local e sua beleza, seu vestido vermelho com flores ao redor a fazia brilhar ainda mais com o sol que erradicava em seu corpo."
De repente a imagem começa a desaparecer, desfocando-me, deixo de sentir seu cheiro, meu calor que havia no corpo enfraquecia cada vez mais, minha respiração voltava ao normal, ela se distanciava em questão de segundos.
-O que está acontecendo? Perguntei a mim mesmo. De alguma forma eu gostava de admirar e não queria me distanciar dela, só de imaginar o que o mundo pudesse fazer com ela, não sabia o que fazer.
Será uma paixão a primeira vista? ou será apenas atração? não sei responder, apenas quero ficar perto dela, protege-la, tudo isso era o que eu sentia naquele momento de afastamento, era como se eu não existi-se, era como se eu não estive-se lá.
Eu preciso fazer com que ela me veja, mas como? parece impossível. Se o que eu senti tudo em tão poucos segundos for verdadeiro, então ela é a mulher perfeita, talvez fosse ela a mulher dos meus sonhos, mas naquele momento não poderia perder tempo pensando e pensando, teria que me mover, chamar sua atenção, mas a imagem foi se desmanchando, se desmanchando quando de repente...
Acordei em minha cama desesperado, dei um pulo comecei a correr em direção a porta de saída, talvez eu achava-a por aí, fui loucamente sem reparar que estava apenas de cueca, abri a porta e notei o frio que ali fazia. Não era de manhã, talvez fosse madrugada, pelo menos era o que aparentava, a escuridão tomava conta de todo o céu. Pulei a janela do meu quarto, sentando-me no telhado, ainda sem me tocar que estava de cueca, enquanto olhava para as estrelas pesando nela e em como sua beleza era perfeita.
-Talvez esteja atraído apenas pela beleza.Tive um pesadelo, melhor voltar a dormir! Foi o que eu pensei. Pesadelo, pois quem ama sempre se ferra no fim. Eu sempre tentava evitar o "amor" , não acreditava muito nisso, achava isso besteira, ninguém nunca te amará como você merece, essa é a realidade, ou pelo menos é o que penso.
Voltei para meu quarto, com a luz toda apagada, ao abrir a porta do meu quarto vi uma deslumbrante figura, uma luz emanava em meu quarto diante toda a escuridão, havia deixado a janela aberta, mas nunca imaginaria que alguém entraria pela janela, lógico, com o tamanho daquela casa não tinha como alguém pular, nem escalar, a menos que fosse voando.
-Será um anjo? Perguntei-me. Não entendia o que estava acontecendo, só sei que algo havia entrado em meu quarto, não é algo que se diz "poxa que normal", aquilo raramente acontecia, na verdade, nunca havia acontecido, era a primeira vez.
-Quem é você? Perguntei ao falhar a voz enquanto terminava de falar.Por um momento, aquele ser permaneceu quieto, tinha medo de tocar ou algo do tipo. Não sabia o que era nem o que poderia acontecer daqui em diante.
-Eu sou Lilly, sua mãe. Respondeu-me! Fiquei de boca aberta, não fazia ideia do que estava acontecendo, fiquei paralisado, era tanta coisa em um dia só que eu estava tendo dificuldades de entender tudo.
Primeiro sonho com uma garota extremamente linda, e agora vejo uma mulher no meu quarto que diz ser minha mãe.
-Meu nome, é...Tentei indagar, minha voz falhou.
-Eu sei o seu nome, Billy. Eu mesma lhe dei esse nome. Sei tudo sobre você.Respondeu enquanto eu ficava tremulo.
Fiquei mais assustado ainda, não imaginava que uma pessoa que eu não conhecesse sabia tudo sobre mim, quase ninguém me conhecia, aliás, ninguém. Sempre vivi sozinho, não fazia amigos, não gostava disso, preferia viver apenas comigo e com meus pensamentos, viver lendo livros.
-O que você faz aqui ?Perguntei-lhe, tentando não acreditar.
-Hoje você completa dezesseis anos, chegou a hora!
Não entendi o que ela queria dizer com o "chegou a hora". Tinha tantas perguntas para lhe fazer que nem prestei atenção nos passos vindo da escada, provavelmente era meu pai subindo, não conseguia imaginar que meu pai havia se casado com um anjo. Meu pai ao abrir a porta de meu quarto se deparou diante a mim.
-O que faz acordado a essa hora, filho? Perguntou um pouco bravo.
Olhei para o lugar no qual a minha "mãe" estivera, a imagem havia se dissipado, eu não sabia o que responder, ele não acreditaria em minha história, apenas tentei arrumar alguma desculpa comovente.
- Desculpe-me, tive um pesadelo, estava procurando um livro para ler, talvez assim eu pegava no sono de volta.
- Tudo bem. Vê se não arruma confusão amanhã. Boa noite. Fechou a porta do quarto
- Tudo bem, pai. Boa noite!
Voltei a deitar na cama, pensando no que Lilly havia me dito, "Chegou a hora". Aquelas palavras atormentavam minha mente, me impedindo de dormir. Fiquei ali deitado pensando e pensando no que poderia acontecer, e em alguém que fosse acreditar em mim, mas pra falar a verdade, nem eu mesmo acreditava que estava acontecendo aquilo tudo, preferi me calar, ficar deitado e deixar o sol aparecer.