O indivíduo frente à ética nacional.
O caos político a qual a sociedade está submetida é apenas o reflexo de sua formação sócio-cultural. Os problemas originam-se na própria formação moral e ética de cada indivíduo que torna-se vítima e cúmplice das atitudes desonestas praticadas por determinadas autoridades.
A subordinação social ao poder público não impede a manifestação dos indivíduos de requererem o cumprimento assíduo dos seus direitos e deveres disponibilizados pelo sistema político democrático. A moral de um país projetada pelo poder legislativo é a base da formação de sua sociedade. O seu raio de alcance abrange todos os setores sociais, inclusive os grupos políticos, fato que não justifica o descumprimento das leis por parte destes.
O quadro político da nação brasileira, caracterizado por sucessivos atentados contra a moral e em conseqüência contra a sociedade, desde sua formação histórica, fomentando a difusão do conformismo nos indivíduos em face de atitudes corruptas e desrespeitosas à ética nacional, sentimento que está superando a indignação e gerando uma sociedade fragilizada, sem perspectivas, sem motivação para mudar a situação, tornando-a cúmplice do processo.
A corrupção que se esconde nos discursos convincentes de líderes vem acompanhada da impunidade contra seus praticantes, formando uma cadeia sem a devida confiança social. Ambiente no qual a sociedade é apenas atuante das decisões políticas, ou seja, vítima.
O conformismo e a desconfiança gerada em grande parte da sociedade, e a ineficiência na fiscalização do efetivo cumprimento das leis por todos os setores da sociedade acompanhada da impunidade, gerou um ciclo vicioso que só será solucionado com a atuação da sociedade, determinante no exercício do direito da democracia para redução desse processo.