Pediram-me uma foto de família, infelizmente não encontrei nada que pudesse refleti-la melhor do que um texto.
Os ladrilhos azuis e brancos refletiam uma pequena lembrança confortadora: Uma robusta mulher loira em sua meia idade sorrindo como criança a esquerda, em frente à mesa de madeira quadrada. Ao seu lado, um pai ironicamente orgulhoso. – Ironicamente, pois não havia nada que não fazia com uma irreverência irônica que de algum modo me trazia uma verdade como nenhum outro. Dobrando a esquina da mesa, uma senhora em seus oitenta e poucos anos mais disposta que qualquer outro naquela sala, que despejava sutis e dolorosas verdades com uma doçura incomparável que despertava um surpreendente sorriso e brilho no olhar de quem as recebia, quase tão doces como os que fazia. Seguindo pelo piso vermelho você poderia encontrar um jovem que sem se dar conta, ali naquele momento e a cada segundo que passava, dava um grande passo em direção a seus sonhos. Ao seu lado uma estrangeira grávida sorria como todos daquela mesa, incluindo a adolescente de cabelos azuis que observava em linha reta a uma flor que estava quase morrendo. Todos inquestionavelmente diferentes, que de alguma maneira se completavam em um grande sorriso. Até mesmo aquela flor, você conseguia vê-la sorrindo.