Historieta: Felisbina em segredo de família... (Capitulo XII)
Apesar das brigas iniciais, dona Francisca estava muito feliz com a intromissão de Felisbina.
_ Felisbina eu quero te agradecer pelo que você fez a minha filha, eu não teria dado conta de evitar esse casamento e isso teria sido uma tragédia...
_ Eu sei! Mas não foi nada. Eu gosto muito de Alice, ela é muito boa para mim.
_ E você para ela. Você sabia que uma de minhas irmãs morreu depois de dois anos de casamento?
_ Sim! Eu sei que ela suicidou...
_ Pois é!
_ Que história é essa mamãe? Tia Ana não morreu em um acidente? Conte-me tudo! Pediu Alice.
Dona Francisca bastante emocionada pediu para Felisbina contar.
_ Minha mãe era uma grande amiga de sua tia Ana. Ela foi prometida ao filho de um fazendeiro rico, mas muito mau, que não tinha respeito por ninguém, mesmo com as lágrimas e os protestos de sua tia, seu avô autorizou o casamento e sua tia obedeceu.
_ E o que houve?
_ Sua tia ficou grávida, mas perdeu a criança após uma briga com o esposo. Minha mãe conta que uma tristeza tomou conta dela e que ela ficou dias amuada e de cama, minha mãe cuidou dela durante mais de quinze dias, nesse período seu tio trouxe várias mulheres para dormir com ele na casa...
_ Mamãe, vovô sabia disso? Perguntou Alice.
_ Não! Eu mesma só soube depois que sua tia morreu porque a mãe de Felisbina me contou.
_ Mas a tragédia ainda estava por vir. Sua tia se recuperou, mas era humilhada todos os dias pelo seu tio, ela queria a separação, contou ao padre tudo, mas ele disse que ela deveria ser forte e agüentar a sua provação, que aquilo era uma escolha de Deus, minha mãe discordava, mas nada podia fazer além de insistir para que sua tia contasse para o seu avô.
_ Mas como ela morreu?
_ Foi no dia em que eu estive lá... Disse dona Francisca aos prantos.
Depois de alguns minutos dona Francisca prosseguiu.
_ Perdi minha irmã por puro egoísmo meu...
_ Como assim? Perguntou Alice.
_ Ela queria a separação e chamou um advogado e ela me contou isso e eu briguei com ela dizendo que ela traria a desgraça sobre a nossa família, que ela arruinaria a minha vida e que eu que já estava noiva de seu pai, poderia até ficar solteirona para sempre... Lágrimas interromperam o relato.
_ Ao dizer isso selei o destino de minha irmã, para não me prejudicar ela se enforcou...
_ Mas, como isso não veio à tona?
_ Seu avô pagou para ela ser enterrada no cemitério da igreja e disseram para todos que ela havia caído da escada e quebrado o pescoço, seu pai sabia e mesmo assim quis casar comigo e quando eu falei da minha culpa, ele me disse que também era culpado, pois não havia demonstrado para mim todo o seu amor...
_ Depois de um tempo me encontrei com a mãe de Felisbina e ela me contou tudo o que sua tia havia passado e quando ela relatou aos seus avôs, sua avó caiu doente e seu avô exigiu explicações do padre que permitiu tudo isso e quis matar aquele homem horrível, mas ele fugiu aqui para o Rio, onde um ano depois encontrou um pai enlouquecido porque ele havia mexido com sua filha mesmo sendo casado com uma jovem de boa família. Ele morreu e sua jovem esposa assumiu todos os bens e anos mais tarde se casou com o filho do Coronel Teodoro, o Pedro, que é o prefeito da nossa região, que são os pais do André, que você...
_ Que eu sempre dizia que seria meu marido. Disse Alice rindo.
Continua...