A elegia e eu
Carreguei o mundo em minhas costas, mas meus pecados não consegui
Sinto-me inexperiente ás vezes, e acabo danificando minha integridade
Na verdade meus dias perderam o brilho e passo horas assoviando
Irritando a mim mesmo.
Eu olho e não percebo que horas são, a vontade era de quebrar alguma coisa
Pensando bem fico parecendo uma menina na adolescência
Eu penso, penso tanto que confundo com a realidade, pensando á fundo sobre tudo
Não faz sentido ficar pensando, pois eu sempre me confundo.
Tive que sorrir pelas ruas por onde passei a passos trôpegos
Quando estive triste nem os pássaros se aproximaram de mim
Pude ver tudo então, que era sujo o prato onde comia
Pude ver que eram contaminadas as palavras que eu ouvia
Era inútil ter certeza, na voracidade de um beijo
Os traços ínfimos cortejaram de forma sublime meu insano desejo de ser feliz
A felicidade por um instante deixou saudade,
Fui conivente a elegia que agora me regia
Tem gente sorrindo, mostrando seus dentes sedentos,
Loucos pela heresia que o resto do mundo dotou há minutos atrás...
Agora na selva chove palavras inescrupulosas,
E eu tenho medo de confiar em mim.
Quando me deparei com a morte pela primeira vez, tive medo
Na segunda fiquei triste e inconformado
Agora já me habituei a não esperar nada de ninguém...
Ate a chuva já foi minha amiga, agora ate meu amigo imaginário já não o vejo mais,
A elegia estava como eu, vendendo seu caráter por um pedaço de pão amanhecido...
Eu estava irreconhecível e ainda perdi um pouco de mim...
Minha cabeça doía, eu não tinha ninguém pra me dar remédio caseiro
E o radio insiste em tocar aquela musica brega que me lembra alguém que eu nem conheci...
Eu durmo o dia inteiro a noite é um martírio e eu me embriago
Ao lado de imundos iguais a mim
As conversas são sempre as mesmas, já sei tudo sobre
Solidão, cachaça e desespero
Hoje eu dormi caído no banheiro
Eu estou triste e me pedem pra sorrir,
Sempre me mantive calado
Era pra sorrir, insistiam
Eu virava as costas e saía.
Não respeitavam minha decisão e de longe se ouvia
Fica comigo eu sou a alegria
Eu falava baixinho: é por causa de você que eu sofria...