Corinthians (2) vs. Palestra (1)
Uma certa vez, em um jogo histórico entre corinthianos e palestrinos, eu - como um importante apito de partidas que sou - fui convocado para uma missão nobríssima de administrar faltas, entre outras coisas futebolísticas, ao redor do pescoço do juiz. Êta italiano mais grosseiro e carrancudo aquele juiz, cáspita! Mas isso não vem ao caso. Continuemos na parte em que eu digo recordar-me da disputa acirrada e, principalmente, de como a então namorada de Rocco - jogador alviverde - gritava atordoada na arquibancada. A bambina faz mais barulho do que eu e a Dona Corneta juntas! Mas isso também não vem ao caso. O primeiro gol foi marcado por um drible astuto de Neco e o Corinthians fica na frente. Miquelina quase que perde as estribeiras e grita "juiz ladrão!", toda imperativa dizendo para o juiz me largar! Ela estava era Corroída pela raiva de que o time do seu ex-namorado estava ganhando. Mas não deu muito tempo até que o Palestra empatou o jogo e Miquelina queria ver o circo pegar fogo. Mandou um recado a Rocco através do irmão, exigindo que ele quebrasse Biagio, o ex-namorado, pois este era o perigo do Corinthians. Quem me contou isso foi uma amiga vuvuzela que estava sendo usada por Iolanda, amiga de Miquelina. Mas isso não vem mesmo ao caso. O negócio mesmo é que havia um empurra-empurra, uma balbúrdia na arquibancada, e de repente, quando Biagio estava prestes a marcar outro gol para o Corinthians, Rocco marcou uma falta nele, fazendo com que o juiz me apitasse eloqüentemente e marcasse um pênalti. Foi o momento mais emocionante para qualquer apito como eu - embora a previsão fosse de pancadas de chuva pela tarde vindas direto da boca do juiz. Eca, disso não me lembra o caso! Mas foi ponto para o Corinthians na reta final e a moça Miquelina ficou tão inconsolável que eu chamaria até a comadre Língua de Sogra para animar-lhe. Na comemoração, os alvinegros estavam reunidos na Sociedade Beneficente e Recreativa do Bexiga numa grande festa. Ouvi o juiz falar para o árbitro que a namorada do ídolo alviverde, a famosa Miquelina, era mesmo Maria-chuteira. Quando o Palestra perdeu, ela bate as suas azinhas pro canto da comemoração alvinegra lá na Sociedade e ficou coladinha em Biagio. Ah, deixa a menina...até eu queria ser o apito de Biagio depois daquela jogada de mestre! Mas isso definitivamente não vem ao caso.