O SILÊNCIO
 
Hoje, caminhando ao redor do lago, na rua de casa, como faço nas manhãs de sábado, vi muitos pescando. E algo me incomodou... O silêncio típico dos pescadores. Eles todos ali... imóveis, compenetrados... no mais profundo silêncio.2.. Pensei... Onde será que ancoram o pensamento? Em que sonho azul velejam nesse momento?

Quedei-me. Ao lado de um, sentei-me. E passei a caminhar nas trilhas da memória, nas páginas do Livro Encantado... O silêncio às vezes dói. Em minha vida, ele muito já me fez sofrer. Principalmente quando me refiro ao silêncio de Deus. Esse é o silêncio mais insuportável de todos os silêncios.

Mas caminhando pelas belas histórias desse livro, podemos perceber que... quando Ele está em silêncio... e, por isso, nada ouvimos, não o enxergamos, nada entendemos... é porque está trabalhando.

Caminho pelas histórias, caminho... E descanso, por fim, na página em branco que divide o Velho do Novo Testamento. Aquela página simboliza 400 anos de silêncio. Mas andando um pouquinho adiante, me deparo com uma linda estrela brilhando como nunca antes no céu de Belém. E vejo que esse longo silêncio foi quebrado lindamente pelo choro de uma criança. Assim... "Um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz”. Isso não é lindo? Opa! Parece que o pescador aqui pegou um peixe bem grande... grande mesmo!

Acredite! Isso não é conversa de pescador... Tudo aqui é a mais pura verdade, menos o tamanho do peixe...

O pescador... continua em silêncio... E eu vou indo... e assim me despedindo baixinho... “Deus o abençoe, pescador”.

Mary Lyliand
(foto em fev/2013)

 
Alada
Enviado por Alada em 01/05/2012
Reeditado em 22/12/2018
Código do texto: T3644388
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