Historieta: Felisbina e o socorro...(Capitulo IV)
Felisbina seguiu o professor e logo percebeu que a situação era grave, pois ele estava de pé na beira do abismo, naquele instante ela entendeu o que ele queria fazer, então foi se aproximando devagarzinho até que alcançou a mão do professor.
O professor olhou para aquela menina de pouco mais de treze anos e perguntou:
_O que estava fazendo aqui?
_ Eu vim fazer o mesmo que o senhor, olhar a paisagem! Disse ela sorrindo.
_ Eu quero ficar sozinho!
_ Não pode!
_ Como se atreve? Perguntou o professor bravo.
_ Ninguém está sozinho no mundo, mesmo queira.
_ Do que você está falando? Perguntou o professor já não tão seguro de sua vontade.
_ Deus está sempre conosco! Disse ela segurando a mão do professor ainda mais forte.
_ Ele às vezes abandona algumas pessoas...
_ O senhor está errado! Minha mãe sempre diz que Deus está sempre certo em tudo e que a gente é que não sabe ver.
_ Sua mãe nunca perdeu um filho?!
_ É verdade! Mas ela já perdeu os pais, os avós e até dois irmãos, então eu acho que ela entende um pouco essa coisa da morte.
_ Deus é muito mau!
_ Não sei não! Parece que o homem é que é muito mau e usa o nome de Deus pra isso...
_ O que você está dizendo?
_ No ano passado o senhor ensinou sobre as cruzadas, as tais guerras santas, Deus não pediu pro homem matar seus irmãos, pediu que amassemos até os inimigos, então naquelas guerras era o homem quem estava sendo mau com Deus e não Deus, não acha?
O professor ficou parado e ela continuou:
_ Eu sei que o senhor perdeu seu filho, mas a sua esposa também perdeu, e olha que ela carregou por nove meses e ela estava sempre alegre e trata todos tão bem e eu adoro o bolo que ela faz. O senhor a tem ao seu lado, tem uma casa, seus pais e sogros e ainda pode ter muitos outros filhos. E tem também a gente e a História, que é uma tremenda fofoqueira.
Neste instante o professor ajoelhou e abraçou Felisbina.
A esposa, o padre e até alguns colegas de Felisbina também estavam ali quietos ouvindo suas palavras e chorando.
Dona Ana veio e abraçou Felisbina e disse que Jesus a amava muito e que ela também e depois abraçou o esposo, que lhe pedia perdão.
O padre disse que lhe daria um A em Religião.
Os coleguinhas a abraçaram também e Pedro disse:
_ Ainda bem que você salvou o fofoqueiro da escola.
O professor sorriu diante da fala de Pedro e disse:
_ Obrigado Felisbina!
_ Tem de que, não! Disse ela sorrindo.
_ Ainda bem que você não tem medo de alturas?
_ Quem disse isso?
_ você ficou lá junto com o professor na beira do abismo.
_ Mas eu nem olhei pra baixo, eu só olhei pro céu, porque eu morro de medo de alturas, mas eu ainda sou mais rápida que qualquer um de vocês. E disparou na frente.
Continua...