DESCRIÇÃO
Tem uma casinha entre colinas
/ colinas e colinas
( como semicírculos formando
/ escamas___ e o céu )
Uma chaminezinha deita fumaça
/ arrumando a cama de
nuvens ___lanudas, espessas,
/ convidativas___de todas
/ as fo-
furas fofas ___uma colcha, bran-
/ ca, de laços graaaandeeees...
/ e...macios !...
Tem um rio, tem um lago.
Tem a casinha.
Com uma grande arregalada
/ janelinha e por pálpebras
cortinas.
Tem uma casinha.
Para atingi-la, uma estradinha,
/ que vem do pé da terra e
circula circula circula todas
/ as colinas e se perde acha
no horizonte.
O rio vai seguindo vai seguindo :
/ o lago. E nele os sapos
cantores, as pererequinhas
/ verdes, os caniços bonitos,
/ os chorões
lavando cabelo na água.
Na casinah há um quintal com
/ uma árvore copada com
frutos que são círculos cheiro-
/ sos, cheios, carnudos
/ e coloridos.
Vez em quando passam aves :
/ cantam.
No galho da árvore um balanço.
O vento vem passa por todos
/ os círculos e acaricia
/ a casinha.
Às vezes ela como que está
/ acordada; às vezes dorme.
As nuvens frmaram escamas
/ e o céu é como se es-
condido nos escamosos do dor-
/ so de um grande peixe;
brilha.
A realidade é táctil, dá pra
/ passar os dedos nessas
lantejoulas de nuvens, sentir
/ as texturas, abrir os
olhos da dita realidade, circu-
/ lar como as ondas do
mar se vêem fundas, lisas
/ e sobrevistas!...
O solzinho está escondido pe-
/ las nuvens mas mesmo
assim manda seu calor.
Manda seu calor como a fonte
/ em manancial por
debaixo da bela areia da terra,
/ basta passar a mão
retirar as camadas e são...á-
/ guas e águas!...suas águas
/ flor desdivane
cida, fonte...desescamada!...
/ a timidamente___jorrar
em gotas de lágrima doces não
/ salgadas e
pronta pra usar.
A realidade é regada por u-
/ ma água que
sempre está criando, se
/ ramificando... E o
olhar olha o Infinito.
Pra viver na casinha precisa
/ amar; sua existência
são como as pérolas num co-
/ lar unindo os fios
de todos os planos, brindando
/ com sonho o
vinho inequivoco da Paz !..
Quando vem a noite mais
/ brilha a casinha !...
E a estradinha se prolonga
/ em luar; há tam
bém uma praia que vai dar
/ no céu do Mar...
Acende primeiras as inúme-
/ ras estrelas...
Cai a gota infindável do
/ Amor !...