A crítica da crítica
Segundo os entendidos, a palavra deriva do grego Kritikos, e significa, “capacidade para fazer julgamentos”, do verbo krinei, “separar, decidir, julgar”.
Normalmente se associa à reprovação, quando se diz que algo ou alguém, foi criticado. Além disso, costuma-se fazer distinção entre crítica construtiva e destrutiva, mas, isso merece um apreço crítico também.
A crítica em si, nada mais é que uma análise criteriosa, com conhecimento de causa, sem esses predicados de ser construtiva ou destrutiva, apenas, sapiente.
Às vezes se diz que determinado filme foi um sucesso de crítica, ora, não significa isso, que foi muito rejeitado, antes, que foi aprovado por quem entende do assunto.
O que ocorre bastante, é o choque entre a crítica e o gosto popular. O povo, pelo seu “paladar adquirido” “canoniza” coisas que, aos olhos apurados, seriam ridículas, basta ver as músicas que “bombam” testando nossos ouvidos e escrotos.
Na verdade, todos apreciamos louvores e tememos reprovações; dado que somos imperfeitos, isso já é, por si só, ausência de autocrítica.
Nem todos os comentários que recebo são encômios, longe disso, o que, ainda bem, denota minha imperfeição. Isso não me incomoda, antes, faz crescer.
Outro dia, fiz um comentário sobre um escrito do Recantista Afonso Martini, com uma ou duas ressalvas ao seu bom texto, e ele me retornou agradecido, antes que ofendido, coisa de gente sábia.
No nosso bendito Recanto, somos todos, pedras e vidraças ao mesmo tempo, de modo que, (mormente eu, que escrevo alguns textos polêmicos), devemos conviver com a crítica.
Alto lá, dirá alguém, existe crítica destrutiva sim! Quanta gente fala mal, apedreja, destrói com suas palavras ácidas...bem, se a crítica, como vimos, é a capacidade de fazer julgamentos, e alguém se revela incapaz dizendo inverdades, talvez, seu feito não se deva à crítica, antes, à inveja.
Essa, por sua origem latina, INVIDERE, significa, não querer ver como é, colocar olho mau, por ciúmes. A meu ver, só merece o nome de crítico, aquele que consegue ver como é, o outro, é mero invejoso.
Àquela, pois, chamam “crítica destrutiva”, vá bene, já que está legitimado o uso, porém, um vero apreço crítico não deve ser temido por pessoas inteligentes.
Claro que, num site de escritores amadores como o nosso, não se faz rigoroso escrutínio crítico; há diversos iniciantes, outros mais experientes, e, via de regra, somos gentis, estimulando aos amantes do belo para continuarem a sê-lo.
Mas, nada impede um convívio pacífico com a crítica se ela vier. Respeito quem modera seus comentários, mas, prefiro não fazê-lo, deixando exposto tudo quanto for dito a respeito de meus rabiscos.
Critiquem à vontade, pois, afinal, a hora que eu pensar que estou pronto, irretocável, possivelmente se foi, o resto do meu senso crítico.
“"Quem se enfada pelas críticas, reconhece que as tenha merecido."
( Tácito )