Amor Extremo

Eu quero um amor que se divida em dois, que me faça sentir pequeno e grande, quero ser de um extremo e de outro, quero me perder e ser salvo, cair e voar.

Eu quero um amor de criança, infantil, cheio de promessas de uma eternidade futura, amor pra sempre simbolizado numa pequena e frágil flor branca, amor de bem-me-quer e mal-me-quer.

Eu quero um amor adulto, quente e maduro, que usa as noites não para dormir, mas para morder e arranhar, quero as marcas no meu corpo, um amor que me mostre todo o desejo e me tire a racionalidade, quero apertar, puxar, rasgar.

Eu quero um amor de calmaria, de fim de tarde, que me faça curtir o vento na praia, um amor de mãos juntas, de abraço sereno e de noite estrelada, banhado pela luz da lua.

Eu quero um amor bandido, de cúmplices, cheio de segredos entre nós, quero ter telhado de vidro para ela e quero que ela o tenha também, quero tê-na nas mãos e dançar a musica que ela tocar.

Eu quero um amor publico, para todos, que os vizinhos vejam e admirem, que invejem, quero ser exemplo para todos de bom namorado, bom marido, bom amante.

Eu quero um amor que traga frutos, traga filhos e família, que encha minha casa numa tarde de Domingo, que me faça trocar presentes de natal.

Eu quero um amor de ventania, que seja molhado a cada tempestade de paixão, um amor que seja feito no leito da cama, quero um amor que me canse, que me de fome.

Eu quero um amor como o seu, que não seja apenas dito, mas mostrado e sentido, um amor que me faça sentir seu corpo arrepiado, suas coxas entre as minhas, que te deixe na ponta dos pés, que sinta teu peito apertado sobre o meu.

Eu quero um amor, como você.

Eu quero você.