QUEM CUIDARÁ DE MIM?
São infinitos os casos de pessoas que se acham em desabrigo com os pais e outros familiares. O seio familiar é, sem dúvida de vital importância para a formação do ser, especialmente na área moral e emocional. Tantos existem que, sem a presença materna, enveredam pela vida sem condições de distribuir amor e compreensão, enquanto que muitos, sem a educação paterna, não se acham fortes o suficiente para trabalho e firmeza nos propósitos da vida.
Não se pode questionar que nenhum ser pode substituir igualmente a um pai ou mãe biológicos, quando já temos com eles ligados desde o nascimento. A isto me refiro para desenrolar a questão das pessoas que se viram de alguma forma apartados dos seus pais ainda em idade tenra, seja pelos laços do desencarne, seja pelo divórcio ou outros motivos.
Pensar que somente os nossos pais biológicos seriam os únicos a nos darem o que necessitamos seria um contra-senso à razão e à sabedoria divina, porque há também os filhos provenientes dos pais adotivos, ou outros parentes que assumem a tutela desses desamparados. Quando já nos tenhamos ligados aos que nos possibilitaram a vinda ao mundo terrestre, torna-se bem trabalhoso adaptar-se à nova família; para os que já possuem um devotado desde nascença, resta apenas a problemática que se instala naturalmente quando os filhos querem saber quem são seus verdadeiros pais. Mas aqui já é outro assunto. Cabe a responsabilidade e sensatez de esclarecê-los no momento oportuno, e imprimir neles a compreensão se revolta.
Deve-se admitir que, em qualquer circunstância, somos todos ligados uns aos outros pelos laços espirituais de simpatia ou antipatia, que podem nos aproximar ou afastar, causar amor ou ódio. Quem quer que se habilite a cuidar da nossa passagem na terra, com certeza trará gravado na alma o dever divino de amparar, havendo sempre, ou a missão do amor, ou a necessidade de resgate, mas que de todo modo constitui um dever sagrado de reparação e evolução, cuja responsabilidade implicará conseqüências diversas tanto para quem cuida quanto para quem recebe cuidados, pois devemos todos aprender e evoluir juntos.
Na falta de um pai ou mãe, Deus cuidará de colocar em nosso caminho pessoas que se devotarão a cumprir ao menos um desses papeis, e não faltará àquele que confia na providencia o suprimento das necessidades mais básicas. Sempre chegará um parente ou amigo que se habilitará em ajudar. Nas situações mais graves, onde não se achem pessoas próximas, lembremos que tudo tem uma causa e sua justiça, e que o Criador nunca deixa em desamparo nenhum de seus filhos, não importando a condição em que se encontrem.