O Estágio e a Metáfora da Árvore
O texto o Estágio e a Metáfora da Árvore de Maria Socorro Lucena Lima discorre acerca da atual legislação de ensino, em vigor desde o ano de 1990. Tal legislação vem provocando desafios aos docentes dos cursos de formação de professores, no sentido de rever a questão da Prática Pedagógica e do Estágio Supervisionado, considerados elementos que se aproximam e se complementam, cujo percurso inicia-se no curso de licenciatura direcionando-se à sala de aula.
Ao defender a consistência teórica, a produção do conhecimento, a relação teoria e prática, a docência e a pesquisa, a autora levou em consideração os limites e as possibilidades da universidade, dos alunos, do projeto político-pedagógico dos cursos de licenciatura à aplicabilidade da legislação. Diante disso, Lima reafirma o compromisso com a formação docente, pautada nos princípios da pedagogia dialética e nas posturas críticas e reflexivas, em que a teoria ilumina a prática e a prática ressignifica a teoria, em seu contexto histórico e condições objetivas de realização.
Para melhor compreender a relação estágio/prática, a autora utiliza a metáfora da árvore, cujas raízes representam a fundamentação teórica estudada, o tronco simboliza a pesquisa, os galhos e as folhas são as atividades desenvolvidas e os frutos representam os registros reflexivos realizados pelos estagiários. Nesse contexto, Lima define a atividade docente como práxis e o estágio como campo de conhecimento que tem a pesquisa como eixo.
Além disso, a autora apresenta três fases da Prática Pedagógica as quais conduzem os alunos à construção da identidade docente e para o papel do professor que tem como local de trabalho a escola e os processos de ensino-aprendizagem.
A primeira fase realiza a interface entre professores da rede pública e privada e investiga os fundamentos epistemológicos, filosóficos e históricos da prática de ensino; a segunda fase tem a preocupação de tornar a Prática de Ensino um espaço de reflexão a partir do movimento real do espaço escolar por meio das aprendizagens do contexto; na terceira fase os alunos trabalham com entrevistas e observações sobre a utilização do livro didático e o estudo dos Parâmetros Curriculares de cada área específica de conhecimento em que ele está matriculado na Licenciatura.
Em suma, a autora considera que o Estágio em sua concepção mais ampla propõe-se a instrumentalizar o estagiário para a reflexão sobre o seu fazer pedagógico mais abrangente, ou seja, sua identidade profissional.