Doze anos.
Não lembro como começou, mas deve ter começado muito bem... Prestativa e carinhosa, essa é-desde os três anos de idade-a minha melhor amiga. Nunca tinha parado para pensar em como uma amizade poderia durar tanto tempo, e tenho a prova na minha vida.
Depois de tantos anos, ela já sabe de tudo o que gosto ou não e quando estou alegre ou não. "Não fique assim." ela disse de longe, só movendo os lábios. Era o dia da missa dos meus quinze anos e nós estávamos na escola, então ela veio até mim e disse que eu não precisava me preocupar, porque meus pais estariam bem até de noite. É, meus pais haviam brigado naquele dia tão especial.
Passei a manhã calada, quieta, com a minha amiga do lado, em silêncio-ela sabia que eu não estava em condições de conversar-talvez pensando em maneiras de me ajudar, pelo menos era o que ela transparecia.
"Vamos, vamos! Está na hora de ir! Estamos todos atrasados!" mamãe dizia. E, como minha amiga havia dito, tudo estava bem em casa e mais uma vez ela acertou, toda a paz que ela disse que iria chegar, chegou.
A missa terminou e todos estavam se levantando para ir embora, inclusive eu. Até que a minha amiga foi até a frente do altar e informou que tinha algo a dizer e todos sentaram-se outra vez. Então, ela fez uma homenagem para mim. Tirou a blusa que vestia, pois por baixo estava com outra onde havia uma foto de nós duas estampada na frente. "A amizade é uma alma em dois corpos e doze anos não é para qualquer um!" terminou a homenagem com a frase de Aristóteles e a "nossa" frase que mudava todos os anos, com mais um ano de amizade. Foi o dia mais lindo da minha vida.