O que a União Brasileira de Escritores pode fazer por mim

Escrevo poesias desde os doze anos e somente aos trinta e nove consegui publicar o primeiro livro. Nesse meio tempo amarguei uma longa espera pela promessa de uma secretaria de cultura do interior da Bahia até que, mais de vinte anos após, resolvi editar minha obra por conta própria. Meu lema é “correr na frente, pois quem corre atrás chega por último”. Depois do primeiro livro e de me integrar com outros poetas e escritores, fui conhecendo melhor a caminhada, reconhecendo o percurso e tentando retirar pedras do caminho.
 
Em qualquer jornada, entretanto, a gente encontra com bons e maus companheiros. Alguns te acompanham pelo resto da vida; outros só estão dispostos a compartilhar os momentos de glória e aplausos; e mais alguns desistem na primeira esquina, na primeira topada. A sobrevivência é mais urgente que literatura, poesia, coisa de quem já encheu a barriga. No entanto, sem a arte o mundo seria um deserto, as relações sociais seriam frágeis e as consequências são imprevisíveis.
 
Previsível, porém, é a queixa de todos nós, sejamos escritores, poetas, políticos. Cada um quer ganhar um espaço, alcançar o sucesso mas, nem sempre a cooperação e a solidariedade, junto com a boa vontade e o espírito de conjunto nos move para tal. Esse é, talvez, o maior entrave e a maior dificuldade a ser vencida por quem se junta a um grupo que luta por interesses comuns. Assim eu me senti quando resolvi me associar à União Brasileira de Escritores – UBE.
 
A primeira pergunta que me veio à mente foi: “O que a UBE pode fazer por mim?”. Após alguns anos esperando colher os frutos que não plantei, parti para a ofensiva: participar de eventos, trocar informações, intercambiar experiências, ir aos encontros, simpósios, mesas redondas, seminários, congressos e afins. Além disso, busquei criar e construir possibilidades, me aliar e me associar a tantos quantos fossem os grupos de escritores, poetas, repentistas, cordelistas, artistas da palavra. O resultado é pequeno, ainda, mas agora eu tento mudar o fluxo da maré, levando minha contribuição ao grupo.
 
Em 2011, depois de participar do Congresso Brasileiro de Escritores, em Ribeirão Preto-SP e ver o afinco e garra com que os diretores e conselheiros da UBE trabalham em prol do bem comum e das conquistas inclusivas eu mudei a pergunta: “O que eu posso fazer pela União Brasileira de Escritores?”.
 
* Valdeck Almeida de Jesus é jornalista, escritor e poeta. Site pessoal www.galinhapulando.com – E-mail: poeta.baiano@gmail.com
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 23/02/2012
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