Aliança de Mato

Uma idéia dessas não seria minha mesmo, esse tipo de criatividade não me abençoa e, graças a Deus, pois assim eu posso ser surpreendido por essas pequenas coisas de grande beleza.

Pequeno objeto saído debaixo da terra e dotado de toda a força natural, não será feito por minhas mãos já que não é bem meu cenário, meu universo. Já me acostumei com a idéia de tê-lo, pequeno objeto sem valor financeiro, mas cheio de sentimento.

Ornamentando as mãos direitas e, quem sabe, as esquerdas também. Ele coroa a brincadeira um tanto inocente, um eco de infância que muitas vezes acaba saindo, meio que sem querer, dos seus poros. Há alguma coisa de diferente que não vejo nessas terras de cá.

Terras difíceis que não me dão a oportunidade nem mesmo de ajudar na criação de tão pequeno símbolo, uma luta seria para achar o mato longo o suficiente para trançar e criá-lo.

Ainda que soubesse eu não o faria, deve ser feito por você, por suas mãos que sabem mexer com a terra, se possível, antes deve ser pisado por seus pés descalços. Eu posso ajudar, se precisar eu seguro uma ponta enquanto tu traça as três linhas.

Correntinha no pulso, substituta da minha velha pulseira que simplesmente caiu e me deixou, anelzinho verde no dedo... estou ficando cheio de símbolos, mesmo que só um deles os outros possam ver.

Ainda que no futuro você use outra, uma mais pomposa, feira de mineral dourado e na mão esquerda e que o par não seja meu, azar. Aquela nascida da força pulsante da terra, legitima filha de Gaia, já me pertence.