Fim de Jogo
O jogo acabou, tabuleiro fechado e peças guardadas. Os dados ficarão na mesa, nunca se sabe quando será necessário rolar novamente, escolher o numero sete, aquele com mais chances de sair numa rolada de dois dados comuns, numero sete.
O jogo acabou pois não se pode jogar sozinho, sem rodadas para acompanhar ou movimentos para supor, não se joga contra si mesmo, não se joga sem motivação. Já não interessa mais passar direto pela casa “vá para a prisão”, não há mais esta casa. Não há mais jogo.
Recolhamos as cartas e guardemos no estojo, todas elas foram usadas e vistas, sem roubo, sem trapaças, o coringa não foi usado. As cartas colocadas na mesa sem jogadas maliciosas ou artimanhas dignas de mágico cumpriram seu papel, as cartas disseram o que tinha que ser dito. O rei e o valete fecharam seus baralhos.
Guardemos os dardos, não há mais em que atirar, ninguém mais buscará o centro e a pontuação máxima, não há mais porque acertar o preto ou o vermelho. Não se joga dardos sozinho, não se chega a cem pontos sem adversário.
Coloquemos o Resta Um no armário, jogo concluído e agora só resta um e nada mais pode-se fazer, já se sabe a combinação correta das peças e o jogo já não tem mais sentido, coloquemos o jogo no armário e não tiremos de la.
Juntemos as peças do dominó, fecharam o jogo e ninguém tem peças para colocar, as peças dispostas para a compra são inúteis agora, contemos os pontos que temos na mão e quem tiver menos ganha. Só gostaria que não me contasse quantos pontos fez.
Pausemos o videogame e deixemos lá parado, a mesma tela, aguardando o retorno daqueles que tomarão o controle, por hora que fique do jeito que está, como um quadro retratado na tela da televisão.
Deixemos os dados sobre a mesa, todos eles, mas o RPG acabou, o mestre perdeu a criatividade e o fio da historia se perdeu, não há mais o que contar. Os heróis não irão mais para a batalha ou salvarão a donzela. Deixemos o épico, voltemos à normalidade. Um jogador não joga sozinho. Acabou o duelo.
Fim de jogo.