Buscando renascer
Buscando renascer
... Quanta gente ainda não encontrou Jesus?
Depois de quarenta anos hoje me peguei a pensar sobre meu encontro com Jesus Cristo e cheguei a conclusão que, sim eu encontrei Jesus, mais porem ainda estou longe de seu projeto de vida.
Já a mais de um ano vivo as conseqüências de um escândalo moral que afetou minha vida por intero, embora eu não seu culpado do crime que fui acusado, prefiro não mencionar o qual. Minha vida tomou outros rumos, o cotidiano me levou a uma profunda reflexão, sobre aspectos de minha vida os quais eu nunca havia parado para pensar.
Fui encontrando em minha vida muitas lembranças, momentos que me fizeram revoltar com quase todo mundo com quem convivia, mas aos poucos essa revolta que mi afligia tanto foi tomando um peso de em meus ombros ao perceber que a culpa não era de ninguém fora de mim mesmo.
Eu que subia altares para celebrar e pregar a palavra de Deus me dei conta de que realmente o encontro ocorrera de minha vida com a vida de Jesus, porem eu ainda não tinha sido capaz de deixar que Jesus vivesse em mim para que este encontro gerasse o verdadeiro amor.
Quanta revolta, quanta amargura, eu não conseguia assimilar o por que de tanto sofrimento e solidão. Julguei tudo e todos sem piedade, somente encontrava razão em meu viver, nas palavras que eu pregava, nas musicas que eu cantava. Eu era o certo e todos a minha volta traidores.
A solidão caiu sobre mim como uma noite sem estrelas ou luar. Me sentia como que jogado nas trevas, como em uma noite numa floresta sem luar, a mercê de animais selvagens que poderiam me atacar a qualquer momento.
Não conseguia raciocinar que eu apenas faço parte da humanidade. Que sou apenas um ser humano como qualquer outro e que da mesma forma que via os erros dos outros, eu também possuía erros, que eu também sou culpado pela sociedade injusta , infiel, cruel em que vivia.
As acusações que a mim foram feitas, fora baseadas em fatos forjados, de uma armação que apenas buscava realmente me tirar de cena na história de minha comunidade. Num primeiro momento eu queria desvendar, achar os culpados pela minha destruição, mas o tempo, grande professor da vida, com um carinho que só ele possui foi me mostrando que o caminho era outro. Me senti abatido, acabado em ter que deixar de lado atividades que tanto amava, parei de cantar nas igrejas, parei de conduzir celebrações da palavra, minha vida religiosa se resumiu a cantar, rezar e freqüentar ao terço que é rezando na montanha, no terreno de uma comunidade religiosa de minha cidade, numa gruta construída em louvor a Nossa Senhora da conceição Aparecida e a minhas orações em casa, continuei a rezar a liturgia das horas e a acompanhar a liturgia diária, isso com muito esforço pois não vou negar que a vontade de abandonar tudo, a revolta em não poder estar dentro de minha igreja como homem do altar, a tristeza em a cada dia ouvir novas intrigas, falsos testemunhos a meu respeito me jogava por terra.
Ministros consagrados de minha igreja a quem eu procurei, num primeiro momento me deram apoio, depois me abandonaram; acreditavam mais nas mentiras levantadas sobre mim do que na verdade que vivo e busco dar testemunho. Continuo já a mais de dês anos vivendo a vida celibatária e consagrada a Deus, pessoalmente, mesmo que os mestres e ministros consagrados de minha igreja não acreditem.
Cheguei a ouvir de um daqueles pastores, melhor dizendo do pastor num primeiro momento disse que me acompanharia pessoalmente, que sou uma pessoa muito perigosa para aqueles com quem convivo, para instituições a que eu faça parte.
Daí então resolvi não mais o incomodar pois, se sou alguém que oferece perigo, não quero colocar ninguém mais em risco, nem mesmo ele.
Comecei assim a entender como se sente uma laranja podre em meio as outras, com se sente uma ovelha negra em meio ao rebanho e me afastei de todos.
Passei por noites mal dormidas, viajei muito para aliviar o pensamento, não nego que cheguei a pensar loucuras, besteiras das quais já busquei a retratação com Deus no sacramento.
Parei de olhar e criticar o outro e comecei a olhar minha vida. Porem a cada momento que eu regressava em pensamento, encontrava me com as mazelas do demônio em meu viver e isso me levava cada dia mais para baixo. Comecei então a ocupar meu tempo com bobagens, passeios sem sentido, viagens de improviso, jogos e passa- tempo em revistas. Nada de produtivo.
Foi ai que comecei a cair em mim mesmo. Quando eu analisava a vida de meus irmãos de igreja principalmente os de frente, aqueles que conduzem a igreja, só conseguia enxergar pessoas problemáticas, falsas, interesseiras. Pessoas que a meu ver só estavam ali usando o Nome de Jesus Cristo para se dar bem na vida, criando e pregando suas idéias, ostentando posições de honra, onde Jesus acabava por ficar em ultimo lugar, mas também percebi que ao olhar para minha vida eu acabava encontrando a mesma coisa a mesma falsidade e o pior que era a mania de sempre estar julgando os outros.
Então parei diante de mim mesmo e contemplei os momentos de aflição que passei. Busquei relembra de cada um dos dias em que me encontrei detido no presídio de minha cidade, busquei visualizar o rosto de cada irmão que comigo estava presos ali. Busquei lembra também de cada comunidade onde fui responsável pelas festividades da semana maior da igreja , que é a semana santa, busquei lembra de minha fala nas pregações, de minha vida desde mês tenros quinze anos. Busquei me lembrar de meus companheiros de Fe, em minha paróquia em minha diocese, de pessoas com quem convive, dos padres, seminaristas, irmão de comunidade. E comecei a fazer uma análise sobre vários pontos vividos, varias pessoas conhecidas, varias situações propostas pelos tempos e comecei ai encontrando uma realidade que me assustou muito.
Acabei então encontrando uma sociedade carente, acabei encontrando homens e mulheres carentes, acabei encontrando pessoas sem direção, acabei encontrando comigo mesmo, carente desnorteado.Uma ovelha perdida de seu rebanho que sem querer estava buscando resposta em pastores errados.
Em meio a tantos padres, ministros da eucaristia, pessoas de comunhão diária, agentes de pastoral, leigos e leigas que freqüentavam a fração do pão, não consegui enxergar ninguém nem mesmo eu como pessoas plenas.
Todos nos vivemos uma profunda carência e foi ai que comecei a encontrar comigo mesmo. Voltei meu olhar para a bíblia, busquei reaquecer minha vida de oração embora eu ainda não tenha conseguido superar a falta que sinto de estar no altar, passei a ir a missa em outras cidades, em igrejas que não conhecia, em busca de reviver meu encontro co Jesus Cristo.
Nunca perdi minha fé na eucaristia, nem minha devoção a mãe de Jesus Maria Santíssima, e nos santos da igreja. Minha luta hoje em dia é em resgatar o amor para com o ser humano para assim viver bem a eucaristia.
A cada manha agora quero viver o recomeço e o melhor caminho que encontrei foi escrevendo, escrevendo a experiência que estou vivendo, em buscar fazer uma nova leitura das raízes de minha vida, fazei uma nova leitura do mapa que direciona meu viver que é a bíblia sagrada. Pretendo falar sempre baseando me em textos sagrados, a começar dos evangelhos mas sem o olhar de doutores, de filósofos ou teólogos. Quero fazer uma reflexão olhando os evangelhos, os livros da bíblia com o olhar do irmão de Assis.
São Francisco de Assis conseguiu seguir as pegadas do Cristo com a simplicidade da fé.
È bom lembrar mos que Jesus Cristo, não era teólogo, nem filosofo, Ele era Deus. Ele não possuía nem morada própria, e sempre esteve em meio ao povo. Vou tentar com a maior simplicidade sobre a vida, os ensinamentos e o caminho Jesus nos propõe. Buscando fazer de minha fala uma oração para que em primeiro lugar eu me encontre com Jesus e se ele me conceder a graça eu possa deixar que ele viva em minha vida para que o mundo inteiro conheça o amor de Deus. Para que o mundo inteiro busque na fração do pão sustento, mesmo que os padres sejam pecadores, quero que o mundo inteiro saiba que nossa salvação esta em Jesus Presente na eucaristia.
O maior milagre da vida é o pão que vem do céu.
Em meu próximo texto quero começar falando sobre o nascimento de Jesus Cristo.
Envie-me pontos que você acha interessante a serem abordados.