Saber dizer não é essencial para manter a autoestima
Especialistas dizem que quem não sabe dizer não sofre com a insegurança
Por Letícia Iambasso
Especialistas dizem que quem não sabe dizer não sofre com a insegurança
Por Letícia Iambasso
Um estudo milenar intitulado Eneagrama define o ser humano em nove tipos ou traços, conceituando cada um de acordo com suas características no dia a dia e no comportamento profissional. Segundo o livro “Eneagrama, um caminho para o sucesso individual e profissional” do escritor Khristian Paterhan o tipo 2, definido como prestativo, está sempre disposto a colaborar e é atencioso. Além disso, precisa sentir que sempre agrada aos outros, seja com favores ou presentes.
Para a psicóloga e terapeuta Dra. Paula Carvalho, as pessoas que passam por cima de suas vontades querem sempre agradar o outro para não ficarem sozinhas. “Essas pessoas acreditam por um tempo que conseguem viver bem com isso e se sentem até confortáveis, porém isso é temporário. Depois percebem que acabam somente realizando a vontade do outro”, explica. Além de assumir uma missão impossível, uma vez que não dá para agradar a todos, quem tem este comportamento deixa de lado as próprias necessidades e termina por permitir que sua vida seja ditada pelas pessoas que o cercam.
Valdeck Almeida de Jesus, escritor e poeta, viveu situações semelhantes que o incomodaram e lhe deram prejuízo, mas que não o impediram de cometer o erro novamente. “Sou uma manteiga derretida, como diz o povo, pois fico comovido com as histórias de todo mundo. Já investi alto em um sonho de dois irmãos, emprestei dinheiro para uma namorada e também para um amigo. No final, descobri que todos me enganaram e gastaram o dinheiro em coisas que não tinham nada a ver com o que tinham me contado. Nunca recuperei os empréstimos”, conta.
Segundo Carvalho, as consequências desse comportamento refletem na baixa estima da pessoa, porque ela sabe que as relações que mantêm são apenas porque sempre agradam o outro e se deixa em segundo plano. “Isso vira uma relação que não favorece, só é bom para um lado. A pessoa que aceita e não diz a palavra ´não´ ao que a incomoda e ao que não é bom para ela ou até mesmo para o outro, sofre, pois sabe que o ´sim´ mantêm as relações”, afirma a psicóloga.
Origem e tratamento
Para Valdeck fazer uma terapia seria interessante, pois sua atitude de querer servir sempre acaba esgotando todas as possibilidades de ser enérgico. O escritor diz que sua origem humilde e situações que viveu quando precisou pedir esmolas deixaram traumas e a sensação de que está sempre prestes a perder algo. Segundo o psicólogo Dr. Odair J. Comin, outros fatores, como pais superprotetores na infância, educação rígida e pessoas que são pressionadas a alcançarem metas inatingíveis, podem ocasionar a dificuldade em dizer “não” e querer agradar todos.
Ambos os psicólogos recomendam o tratamento terapêutico com profissionais capacitados para que a autoestima do paciente seja fortalecida e ele consiga perceber suas virtudes. “A Psicoterapia tem o objetivo de prover o indivíduo com novas aprendizagens, novas crenças e novas verdades. Verdades estas que lhe façam bem. Não irei questionar as verdades de meus pacientes, mas a pergunta que farei é se essas verdades lhe fazem bem. Porque se não fizerem, então não são boas para ele, e por isso há a necessidade de mudar”, finaliza Comin.
Fonte: O Estado do Rio
Para a psicóloga e terapeuta Dra. Paula Carvalho, as pessoas que passam por cima de suas vontades querem sempre agradar o outro para não ficarem sozinhas. “Essas pessoas acreditam por um tempo que conseguem viver bem com isso e se sentem até confortáveis, porém isso é temporário. Depois percebem que acabam somente realizando a vontade do outro”, explica. Além de assumir uma missão impossível, uma vez que não dá para agradar a todos, quem tem este comportamento deixa de lado as próprias necessidades e termina por permitir que sua vida seja ditada pelas pessoas que o cercam.
Valdeck Almeida de Jesus, escritor e poeta, viveu situações semelhantes que o incomodaram e lhe deram prejuízo, mas que não o impediram de cometer o erro novamente. “Sou uma manteiga derretida, como diz o povo, pois fico comovido com as histórias de todo mundo. Já investi alto em um sonho de dois irmãos, emprestei dinheiro para uma namorada e também para um amigo. No final, descobri que todos me enganaram e gastaram o dinheiro em coisas que não tinham nada a ver com o que tinham me contado. Nunca recuperei os empréstimos”, conta.
Segundo Carvalho, as consequências desse comportamento refletem na baixa estima da pessoa, porque ela sabe que as relações que mantêm são apenas porque sempre agradam o outro e se deixa em segundo plano. “Isso vira uma relação que não favorece, só é bom para um lado. A pessoa que aceita e não diz a palavra ´não´ ao que a incomoda e ao que não é bom para ela ou até mesmo para o outro, sofre, pois sabe que o ´sim´ mantêm as relações”, afirma a psicóloga.
Origem e tratamento
Para Valdeck fazer uma terapia seria interessante, pois sua atitude de querer servir sempre acaba esgotando todas as possibilidades de ser enérgico. O escritor diz que sua origem humilde e situações que viveu quando precisou pedir esmolas deixaram traumas e a sensação de que está sempre prestes a perder algo. Segundo o psicólogo Dr. Odair J. Comin, outros fatores, como pais superprotetores na infância, educação rígida e pessoas que são pressionadas a alcançarem metas inatingíveis, podem ocasionar a dificuldade em dizer “não” e querer agradar todos.
Ambos os psicólogos recomendam o tratamento terapêutico com profissionais capacitados para que a autoestima do paciente seja fortalecida e ele consiga perceber suas virtudes. “A Psicoterapia tem o objetivo de prover o indivíduo com novas aprendizagens, novas crenças e novas verdades. Verdades estas que lhe façam bem. Não irei questionar as verdades de meus pacientes, mas a pergunta que farei é se essas verdades lhe fazem bem. Porque se não fizerem, então não são boas para ele, e por isso há a necessidade de mudar”, finaliza Comin.
Fonte: O Estado do Rio