Falando um pouquinho de SHAKESPEARE
Não sabia por onde começar foi quando tive a idéia de falar do grande precursor do teatro: William Shakespeare.
” Não podeis acalmar uma mente doente,
Tira-lhe da memória as tristezas enraizadas,
Apagar as angustias gravadas na mente
E com um doce antídoto do esquecimento,
Aliviar o peito oprimido do peso perigoso
Que espreme o coração?”
Macbeth
Ato V, Cena III
Como Blake já dizia com o seu provérbio do Inferno: “Exuberância é beleza”.
Shakespeare dono de um contexto, de uma imaginação literária singular aos outros de sua época e definitivamente de nossa época, nenhum outro escritor jamais teve nada semelhante aos recursos de linguagem como a de William.
Anos-luz adiante dos talentos e interesses de seu tempo? Talvez, a verdade é que Shakespeare é o centro do cânone, não só por superar todos os outros escritores e nem pelo seu poder lingüístico e de invenção, mas sim pela temática e universalidade de suas obras, retratando em cada uma delas sempre alguma das “Paixões humanas”, hora a morte, hora a loucura, hora o amor, e assim vai retratando uma a uma. A universalidade é apenas um aspecto autêntico que Shakespeare carrega em suas obras, há também uma questão fundamental: o valor poético.
Não há como limitar a influencia de William Shakespeare, ele pode ser visto como tendo inventado a “ironia da ambivalência e cognitiva” é! Aquele “ser ou não ser” que tanto atormentou Freud.
Se colocássemos todas as obras Shakespearianas juntas e adicionássemos uma pitada de personificação humana, esse sim seria um resultado intrigante, seria a “Invenção do Humano” como diz Bloom.
William é notável pela genialidade de explorar os conflitos do ser humano.