VERDADES
UNIVERSIDADE UNIGRANRIO
CAMPUS DUQUE DE CAXIAS
LICENCIATURA EM LETRAS
Aluno: David Marcos Silva dos Santos.
Pseudônimo: Marcos Antoine
Matrícula: 3303935
Disciplina: Estudo e Produção de Textos.
Proposta: Esquema de redação dissertativa sobre temas polêmicos.
Tema: A flexibilidade da verdade quando submetida às perspectivas
do espírito humano.
VERDADES
Verdade é definitivamente a mais perigosa das palavras. Aquela que, em princípio, deveria ser absoluta em seu significado, é na verdade, a mais flexível das palavras. O que é verdade? Qual a verdade?
Aqueles que acreditam em algum deus não precisam de comprovação de fato para construir sua verdade; a fé é o bastante. E sua moral (conjunto de conceitos de certo e errado; de bem e mal), sua verdade, é construída com base nas leis dos homens; geralmente na cultura local e na moral do seu deus. Já a verdade ceticista necessita de comprovação de fato para ser construída. E a moral está embasada somente nas leis dos homens e geralmente na cultura local. Humanistas crêem no direito a vida de todos os seres. Enquanto, na crença neonazista, a evolução da espécie não inclui negros, índios ou judeus... Alguns podem considerar imorais os homossexuais, enquanto outros vêem ali, o direito individual de livre sexualidade. Alguns podem ver imoralidade numa mulher ter dois parceiros sexuais; já outros podem achar imoral a repressão sexual da igreja sobre a mulher. Até aqui pode-se dizer: “Tudo bem. Cada um no seu quadrado e vamos em frente”! Mas o perigo está exatamente, onde a verdade se torna tão absoluta que sobrepuja o senso de tolerância às diferenças.
Digamos que sua verdade seja criacionista; para você o mundo e o Universo são criações conscientes de um deus. Esta é a sua verdade que faz toda lógica para você. Já um cético, considera esta verdade absurda e sem sentido, uma vez que não há comprovação científica da existência de um deus. Assim igualmente é a verdade de um neonazista. Para ele a ideologia nazista é a verdade que lhe faz todo sentido.
É possível aceitar o direito de existir uma verdade como o nazismo? Numa perspectiva epistemológica, a verdade nazista tem tanta legitimidade de existência quanto qualquer outra.
Que os donos da verdade, ditadores do certo ou errado e juízes da moral, não tomem estas linhas como um entusiasmo do nazismo. Não são! São, pelo contrário, uma análise sob uma perspectiva da diversidade. E a verdade nazista tem a mesma significância que quaisquer outras verdades. São todas legítimas aos seus portadores.
Aceitando-se a diversidade da verdade, é possível tolerar mesmo uma verdade tão antagônica como a ideologia nazista. O que não se deve tolerar jamais, sob a guarda de qualquer verdade, é quando se sobrepuja o estado de direitos: Não pode ser admissível um skin head, de faca em punho e soco inglês, agredindo uma pessoa negra por ela ser negra.
Se quisermos viver como seres sociais, portando qualquer que seja a verdade, não podemos esquecer que vivemos sob o conceito em que a igualdade de direitos é o maior de todos os bens morais e legais. Isto se aplica na grande maioria das nações do mundo. Isto é ratificado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Seja você deísta, budista, umbandista ou ateu; seja cético, nazista, flamenguista ou judeu; siga em frente com sua verdade enquanto lhe convier. Mas nunca se esqueça que sua verdade é apenas uma no imenso oceano de perspectivas humanas. Acredite, repudie se quiser, acredite talvez em parte. Mas esta é também uma verdade.