Ela acordou às cinco, era domingo, a cabeça doia-lhe, pensava nas crianças, as panelas estariam vazias, nem caça, nem pesca, e a seca danara com a pequena plantação de milho...
Pensava, pensava e a cabeça ardia-lhe. Como faria com as crianças? A tapioca acabara e o fogão estaria frio, sem ter o que cozinhar...
Lá fora, ainda estava escuro, levantou os olhos para o céu, não rezou, desaprendera...mas, sabia que Deus podia ler a aflição que lhe ia na alma...
Pensava nas suas crianças, quis que Ele visse a imagem delas dormindo, uma abraçada à outra, dormiam assim feito uma trança...
Eram tão mirradinhas, mas  fortes  que só vendo: não se queixavam da dureza, da falta de pão, do relento...
Sentiam amor por ela, os olhinhos alegres, quando a miravam, segredavam-lhe isso.
E ela, a  mãe daquelas crianças, forte e teimosa como só as mães sabem ser, não lhes faltaria...




Angela...:)