Zelosos?

Nos tempos atuais, falar-se em preservação ambiental tornou-se usual, comum, corriqueiro. Em qualquer lugar, o que se vê são apelos à questão ambiental, sobretudo à qualidade de vida atrelada ao contato com a natureza.

Organizações dos mais variados tipos procuram vincular sua imagem a aspectos ambientais, mostrando a importância, ou até a necessidade de se buscar equilíbrio entre o desenvolvimento, sem comprometer a qualidade de vida, bem como preservar a fauna/flora.

A questão ambiental está tão em voga, que nos mais variados níveis sociais, nas diversas esferas políticas e em qualquer tipo de organização esse assunto se torna recorrente.

Mas até que ponto a questão ambiental passou a fazer parte da vida das pessoas? As organizações sociais, empresariais, as esferas políticas, tudo isso, para existir, necessita do ser humano. Em outras palavras, essas organizações só existem a partir do ser humano. É o ser humano quem realiza o papel ativo nessas organizações.

Pois bem, reconhecendo isso, cabe à pergunta: estaria o ser humano realmente inserindo a questão ambiental no seu modo de vida? Como anda o consumo? E o uso (abuso) das fontes de energia? E a destinação do resto do que consumimos? Parecem questões simples, mas está aí o início de uma verdadeira revolução ambiental.

Não se defende aqui que devemos deixar de consumir, ou utilizar das fontes de energia renováveis ou não. O que se quer aqui é refletir sobre o que fazemos.

Discursos são feitos, muitos até com loquacidade. Mas discursos sem atitude ativa, prática, de se mudar hábitos, tornam-se vazios. De fato, o discurso só ganha vida se houver antes dele a ação.

Temos mudado nossos hábitos? Temos sido zelosos com nossas atitudes, sabedores que somos da finitude de muitos recursos naturais?

Para uma mudança do panorama atual de degradação do meio ambiente, não basta discursos, nem será a partir das organizações que ocorrerão. É necessário que o ser humano cada um, repense suas atitudes. É uma mudança interna, uma revisão de nossas atitudes que se levará a uma mudança da depreciação que o planeta vive hoje.

A responsabilidade, como amplamente divulgada, é de cada um dos seres humanos. Cabe a cada um propor a si próprio alterar esse quadro. Tornando-se responsável por seus atos, não só na questão ambiental, mas também nela, é que poderemos mudar essa situação. Qualquer mudança deve necessariamente passar pela mudança do ser humano. Ele é responsável pelo quadro atual, e só ele poderá alterar isso.

Mais do que discursos, é necessário que o ser humano assuma sua responsabilidade, individualmente, e se torne zeloso com a questão ambiental. Um mundo mais equilibrado depende da mudança do ser humano.

Piracicaba, 1º de abril de 2.011.