Viajar sozinho? Eu?

Por: Mariana Pivatto
 
As viagens por conta própria e sem acompanhantes vêm ganhando cada vez mais praticantes e se adaptam ao estilo da vida moderna: prática, corrida e em busca das vontades pessoais.
 
“Viajar sozinho é um estilo de viagem, assim como quem gosta de viajar como mochileiro ou sobre duas rodas”, Mari Campos
 
Viajar sozinho pode não ser uma tarefa fácil. Mas, parando para pensar e analisar a situação, não é nenhum bicho de sete cabeças e pode ser uma experiência inesquecível. Com o fácil acesso a qualquer tipo de informação, em blogs ou revistas especializadas, é muito mais prático planejar, conhecer o lugar escolhido e pisar em um terreno nem tão conhecido assim. Ainda mais se a aventura for apenas com você mesmo.
 
Tanto para os veteranos quanto para os novatos na arte de viajar em sua própria companhia, a experiência é muito rica, em vários sentidos. A jornalista especializada em turismo, blogueira e escritora Mari Campos é contra qualquer tipo de obrigatoriedade, mas recomenda que todos passem por essa experiência de vez em quando, pelo próprio crescimento espiritual de cada um. “Passamos muito mais tempo conosco mesmo e acabamos refletindo mais, vendo as coisas sob outra ótica”, defende.
 
Outro fator positivo que ela relata sobre as viagens solo é a relação com outras pessoas. “Acredito que quando viajamos sozinhos, interagimos muito mais com os outros, gente de nacionalidades diferentes e, sobretudo, moradores do local visitado, o que acaba resultando em experiências riquíssimas”, afirma Mari.
 
Sozinho sim, solitário nunca
Não importa se você vai para o Brasil ou para o exterior, o importante é ter coragem de tomar a iniciativa. O planejamento da viagem é o primeiro passo fundamental para tudo começar da maneira correta e não ter surpresas no meio do caminho. Ainda mais se não tiver experiência suficiente na área. Mas você também pode programar pacotes com agências ou fazer o seu próprio roteiro a partir de dicas ou mapas turísticos, que toda cidade tem.
 
A empresária Talita Scotto, de Sapo Paulo, conta que recebeu um conselho que ela nunca vai esquecer: “melhor viajar sozinha do que não viajar”. Pronto, essa frase foi decisiva para ela comprar a passagem e embarcar para Nova York pela primeira vez sem companhia. “Tinha o sonho de pisar naquela cidade, a sensação de estar no centro do mundo me motivou demais a ir. Comecei a vasculhar na internet e descobri que muitos planejam viagens sozinhos e isso também me motivou a ir”.
 
Outra vantagem dessa prática é a independência. “É difícil achar alguém para viajar que goste de fazer exatamente as mesmas coisas e tenha o mesmo ritmo que você”, analisa a arquiteta Ana Lis Jurgensen, de Curitiba, que em um mês pediu demissão, planejou toda a sua viagem para Londres e embarcou sozinha para ficar dois meses na capital britânica. A liberdade de ir e vir, fazer e desfazer o que quiser, na hora que quiser, para quem viaja sozinho é a questão que faz toda a diferença.
 
“A vida é feita de desafios e se você não os enfrentar, nunca vai saber a alegria e o prazer de ser seu próprio guia”, Valdeck Almeida de Jesus
 
O funcionário público baiano Valdeck Almeida de Jesus, de 45 anos, relata que quando viaja sozinho, nunca espera o café da manhã do hotel. Busca sozinho por outras opções no local que está conhecendo. “Vou pra rua, como nas esquinas, procuro um restaurante ou padaria que atraia meus olhos e pronto! Faço minha refeição ali”, afirma o entusiasmado baiano.
 
Uma das principais desvantagens citadas em relação a esse tipo de viagem é o custo, pois quando você vai com uma ou mais pessoas, algumas despesas são divididas. É nessa hora que o planejamento certo e dicas de quem já foi são de extrema importância para que os gastos possam ser previamente computados.
 
A solidão também pode fazer parte dessa viagem, mas é bom já ir psicologicamente preparado e procurar não visitar locais muito frios ou tranquilos demais. Talita diz que “pode bater a saudade de conversar com alguém, de comentar sobre o lugar ou mesmo de ter alguém para tirar uma foto sua ou junto com você. Nos primeiros dias recorri ao telefone e à internet”. Os programas de mensagens instantâneas como Messenger, Skype e WhatsApp facilitam  a comunicação e diminuem o sentimento do “eu sozinho”.
 
No final das contas, o “voo solo” para qualquer destino escolhido traz muito mais vantagens do que desvantagens. Mari Campos não tem contraindicação para nenhum lugar do mundo, ela só reforça que mulheres devem se informar o dobro antes de embarcarem para países tradicionalistas. “Viajar sozinho é um estilo de viagem, assim como quem gosta de viajar como mochileiro ou sobre duas rodas. Tanto faz se é homem ou mulher”, conclui Mari.
 
Dicas para viajar sozinho sem problemas

 
  • Perca o medo
  • Planeje a viagem: local, custos, cultura
  • Depois do destino escolhido, compre um guia
  • Converse com pessoas que já foram para o lugar escolhido
  • Só leve o que puder carregar
  • Seja precavido e tenha números de telefone à sua disposição
  • Trace roteiros
  • Tenha sempre dinheiro vivo em mãos
  • Leve distrações para lhe fazer companha, como livro, música, jogo
  • Confira tudo, sempre!
 
 
Fonte: Revista Colombo Premium, dezembro 2011 – nº 22, páginas 22 a 25
Link: http://revistacolombo.megamidiagroup.com.br/ed22/
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 29/12/2011
Reeditado em 29/12/2011
Código do texto: T3411925
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