Educação e caridade

Sabemos que a caridade é divulgada e defendida por muitas religiões. Em algumas versões bíblicas, caridade é o mesmo que amor. Então eu diria que caridade seria a prática do amor.

Muitas vezes damos de cara com atitudes nossas e dos outros que têm um nome de caridade, mas no fundo ela esta fantasiada. Vou explicar melhor. Uma vez li aquela passagem da Bíblia, onde Jesus lavava os pés dos apóstolos e fiquei meditando: ali, Jesus estava no pleno exercício do serviço, era a materialização de tudo que ele pregava, então pensei a essência do homem e estar pronto para servir ao próximo. Então já que nascemos com esse propósito, quando alguém solicita ajuda, devemos agradecer a oportunidade de servi-lo, pois dessa forma estaremos cumprindo a essência dos ensinamentos de Jesus, estamos fazendo nossa obrigação. Devemos então dar o melhor e não as sobras, porque na verdade quem aparentemente necessita está apenas servindo de veículo para nos tornarmos seres merecedores do amor de Cristo.

Tenho pensado muito sobre nossos jovens de hoje e com isso na educação dispensada as crianças. Quando leio as histórias das civilizações antigas, vejo que muitas foram formadas sob enorme disciplina, a civilização espartana, por exemplo, criava suas crianças educando-as para serem guerreiros. Imagina toda uma sociedade guerreira, quase ninguém fugia a regra, estavam condicionadas a uma forma de educação. Logo, se educarmos nossas crianças em certa disciplina, teremos bons frutos, não a veremos perdidas a mercê das drogas e armadilhas do mundo.

Tenho visto crianças que mandam nos pais, crianças mimadas que só fazem o que querem, sem limites, não carregam respeito a nada. Um pedido silencioso de socorro, parâmetros e disciplina. Daí temos visto o quanto falhamos enquanto educadores, pais e sociedade, todos omissos, pois estamos perdidos.

Temos grandes responsabilidades quanto à formação dessas crianças, precisamos rever nossos conceitos e nos posicionarmos definitivamente em nossas obrigações, como educadores, pais e sociedade.

O Craque tem exterminado nossas crianças, aprisionado e matado nossos jovens, assistimos a tudo passivamente, adulto agindo como crianças diante dos acontecimentos diários. Sinto-me incomodada e tenho buscado dentro de meu contexto profissional vias para que possa de alguma forma combater o craque e outras drogas maléficas. Essa responsabilidade recai a todas as áreas profissionais, e principalmente, a área da saúde, da psicologia e educação. Mas não para aí, pois se continuarmos perdendo nossos jovens, não teremos profissionais em área alguma daqui a alguns anos, na verdade, não teremos nem jovens, pois morrerão quando criança. Isso se torna pior do que na Idade Média quando perdíamos pessoas por fome, guerras e peste.

Como civilização ocidental, acreditamos nas mensagens de Jesus e de alguma forma a seguimos, seja por via religiosa ou não. Penso que deveríamos colocar em prática nossa função de seres humanos, verdadeiros filhos de Deus. Agarremos nossas crianças e não a percamos para a morte certa.

ACD