Quero que seja Natal todos os dias
O Natal é uma das épocas do ano de que gosto muito, porque estamos todos em família.
É nesta altura, especialmente, que me lembro das crianças e das famílias que não podem reunir-se. É nesta época tão especial que reflito sobre a minha vida, e, de como devo sentir-me feliz por poder usufruir da companhia dos que me são mais próximos e de ter o que comer quando chega a hora das refeições.
Em Belém, há muitos, muitos anos, toda a gente se reuniu para ir conhecer o Menino Jesus. Foi assim, há muito tempo, hoje, reunimo-nos para comemorar esse nascimento, com exageros de comida e presentes à mistura.
Na minha casa, fazemos sempre o presépio, e, à noite, quando vamos consoar, temos o hábito de rezar agradecendo a comida de que dispomos, pois nem toda a gente tem a nossa sorte. Há por todo o mundo, imensas pessoas que não têm que comer, ou que se alimentam com o que encontram nos contentores do lixo.
Coitadas das pessoas que nem um barraco tem para morar, vivem na rua, debaixo das pontes, nos vãos de escada e entradas dos prédios, embrulhados em cobertores e farrapos e a sua cama é a pedra fria, coberta de bocados de cartão.
Os pobres aproveitam e conseguem reutilizar muitas coisas, que a sociedade consumista deita fora.
Na minha opinião, a noite de consoada e o dia de Natal, deviam servir para toda a gente refletir, já que a maior parte se esquece de o fazer durante o resto do ano, acerca da fome e da miséria que abundam por todo o mundo.
Eu gostava, de verdade, conseguir com as minhas palavras, amolecer um pouco o coração daqueles que tendo muito, não são dados a dividir com os pobres e que fazem da sua riqueza uma bandeira que agitam a cada instante, por pura vaidade.
Gostava de ver o mundo a mudar, dando mais apoio aos desprotegidos em vez de se empenhar em guerras e conflitos.
Nunca me cansarei de dizer que um simples ato de carinho, aquilo que para nós é muito pouco, significa o aconchego de muitos.
Enfim, eu sei que é pedir muito, mas gostava que fosse Natal todos os dias.
Florbela nº12 7º G (texto corrigido pela prof. Lúcia Ribeiro)