Natureza como inspiração de conduta

O ser humano ainda busca compreender seu papel no mundo. Mesmo possuindo a inteligência, a razão como sua maior característica, o ser humano ainda se mostra incerto sobre seu caminho. Analisando suas conquistas, podemos perceber que, tecnologicamente falando, as vitórias, nos mais variados campos, são incontestáveis.

Observe-se o avanço no setor de saúde, quantas não foram as descobertas seja na origem das moléstias, seja no meio de curá-las. Ou então na área eletro-mecânica, é fácil notar o avanço dos equipamentos utilizados no dia-a-dia. E poderíamos citar inúmeros outros exemplos nos diversos campos do saber humano.

No entanto, como tem se sentido o ser humano? Apesar de inegáveis avanços tecnológicos, é evidente a frustração que vive a espécie humana. Nunca o ser humano se sentiu tão sozinho, muito embora exista cada vez mais recursos nos meios de comunicação que possam aproximar as pessoas. Nunca o ser humano se sentiu tão triste, muito embora possa ter acesso a diversos meios de diversão. Nunca o ser humano esteve tão isolado, apesar de ter acesso a todos os recantos do planeta por meio da tecnologia colocada a seu dispor.

Por que isso ocorre? Percebemos que isso é conseqüência daquilo que o ser humano, como espécie, coloca como prioridade. Ter, e apenas ter, mais matéria, como se essa conquista representasse o máximo de sua evolução. Ora, o reflexo desse pensamento é evidente; o avanço tecnológico é impressionante e muitas mais novidades virão, basta o ser humano colocar em prática sua criatividade.

No entanto, esse mesmo ser humano se esqueceu de algo importante, da realização do Ser. A conquista material é importante sim, mas algo mais necessita ser feito. O ser humano, por dever, precisa descobrir sua função que está atrelado a algo maior, ligado à evolução. Deve entender que a evolução passa necessariamente pelo reconhecimento de si próprio como ser único, de sua presença num meio que necessita de sua ação, da importância do reconhecimento das diferenças e dos diferentes. Nesse momento ele passará a Ser e também poderá ter, já sabendo que o ter é relativo, como tudo o que se relaciona à matéria, mas Será pela sua evolução.

E a natureza, como sempre, é pródiga em exemplos nesse sentido. Observemos as plantas que exercem sua função. Enfrentam chuvas, ventos, calor escaldante, sempre com paciência. Dão frutos, sem nada pedir em troca, abrigo para diversos animais, inclusive para o homem, sem excluir nenhuma espécie. E o que dizer de suas flores?

E o mesmo podemos dizer dos animais. Percebemos também que cada um também exerce seu papel e a natureza busca manter o equilíbrio através da manifestação de cada espécie, de cada reino. Mas não um equilíbrio estático, mas sim um equilíbrio dinâmico, sempre tendente à evolução do meio e das espécies.

Por isso, cabe ao ser humano, que sempre agiu visando a satisfazer seus interesses, observar que, por vezes, sua atitude, sem análise das conseqüências pode causar danos ao planeta e para ele mesmo. E, agora sim entender sua participação e procurar agir de forma equilibrada e ponderada, buscando a evolução, que é meta universal.

Piracicaba, 29 de setembro de 2.005.

julianopd
Enviado por julianopd em 16/12/2011
Código do texto: T3391700
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.